O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quarta-feira (4/8) que não há "nada de esquisito" nem "anormal" no fato de o governo ter colocado sigilo de 100 anos nos dados dos crachás dos filhos do mandatário e em seu cartão de vacina.
"Olha só o que diz a lei, que o meu sigilo, questões pessoais minhas podem ter até 100 anos. O que pediram para mim? Foi minha carteira de vacina, isso é pessoal meu. Então nós, aqui, temos direito por lei. Agora, eu vou entregar a minha carteira de vacina? Daqui a pouco vou entregar coisas pessoais se eu não negar isso daí. Então, não tem nada de esquisto, nada de anormal no que foi feito. A minha caderneta de vacina é pessoal e ponto final", disse em entrevista à Rádio 96 FM de Natal (RN).
O governo do presidente determinou o sigilo de 100 anos a respeito de dados dos crachás de acesso ao Palácio do Planalto em nome dos filhos Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) e Eduardo Bolsonaro (PSL-SP). A informação é da revista Crusoé, que requisitou o acesso por meio da Lei e Acesso à Informação (LAI).
Como resposta, a Secretaria-Geral da Presidência justificou que as informações solicitadas "dizem respeito à intimidade, à vida privada, à honra e à imagem dos familiares do senhor Presidente da República, que são protegidas com restrição de acesso, nos termos do artigo 31 da Lei nº 12.527, de 2011”.
Entre abril de 2020 e junho de 2021, a publicação mostrou que o vereador Carlos Bolsonaro visitou o Palácio do Planalto 32 vezes. Já em abril, Eduardo Bolsonaro esteve três vezes no gabinete presidencial.
Questionado se pretende se vacinar contra a covid-19, uma vez que já foi incluído no grupo de imunização por idade, Bolsonaro repetiu que será o último a se imunizar, mas que não tomará CoronaVac. "Eu não posso tomar essa vacina lá de SP”, comentou, em referência ao imunizante produzido pelo Instituto Butantan em parceria com a farmacêutica chinesa Sinovac.
"Eu serei o último da fila. Já que tem muita gente apavorada para tomar vacina, não é justo o chefe do Estado tomar a frente do cidadão comum. Então, eu vou ser o último da fila. Eu vou tomar vacina que eu possa entrar no mundo todo. Eu não posso tomar essa vacina lá de SP, que não está aceita na Europa nem nos EUA. Eu viajo o mundo o todo e tenho que tomar a específica aceita no mundo todo", justificou o presidente, que vem fazendo críticas reiteradas ao imunizante.
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