Escândalo da vacina

"Esses caras do Centrão querem me f…", teria dito Bolsonaro a Miranda

Em depoimento à PF, deputado disse que não gravou o presidente da República, tampouco pediu para que o irmão registrasse a conversa. Mas que acredita na existência de um áudio da reunião

Sarah Teófilo
postado em 03/08/2021 21:47
 (crédito: Pedro França)
(crédito: Pedro França)

Em depoimento à Polícia Federal na semana passada, o deputado federal Luis Miranda (DEM-DF) disse que, em conversa com o presidente Jair Bolsonaro, quando relatou ao mandatário suspeitas envolvendo a importação da vacina contra covid-19 Covaxin, o mandatário afirmou: “Os caras do Centrão querem me f...”. A Covaxin é produzida pelo laboratório indiano Bharat Biotech, que era representado no Brasil pela empresa Precisa Medicamentos.

Miranda afirmou que não gravou o presidente, tampouco pediu para que seu irmão, o servidor do Ministério da Saúde, Luis Ricardo Miranda, registrasse a conversa. Mas que acredita na existência de um áudio, com base no que viu de relatos com detalhes que circularam na imprensa. “Eu só tive certeza quando eu leio uma matéria riqueza de detalhes. Eu nunca falei pra ninguém alguns detalhes. Aí eu falei assim: 'cara, ou ou o presidente contou o que aconteceu pra alguém, esse alguém narrou como se fosse um áudio que teria escutado, ou existe um áudio, uma gravação, uma coisa do gênero'”, relatou.

O deputado disse que não comentou com jornalistas sobre a história do “Centrão”. "Eu não falei isso na CPI. O presidente falou. ‘Os caras querem me foder, esses caras do Centrão querem me foder'. E quando eu vi isso na imprensa, (pensei) onde é que esses caras ficaram sabendo disso? Ou o presidente desabafou, esse alguém o traiu”, disse. A informação de que o presidente teria dito isso já havia sido divulgada na imprensa.

Miranda ainda afirmou à PF que não gravaria o presidente porque confiava plenamente nele. "A sensação que eu tenho é que o presidente foi traído, foi sacaneado com alguém. Ficou puto, achando que a gente queria prejudicá-lo, nunca foi minha intenção prejudicar o presidente, pelo contrário. Eu não poderia deixar meu irmão naquela situação parecendo que ele estava fantasiando uma história”, disse à PF.

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