O ex-deputado federal Alberto Fraga (DEM-DF) afirmou que apesar de seu afastamento do presidente Jair Bolsonaro, não está rompido com o amigo. Em entrevista ao CB.Poder — programa do Correio Braziliense em parceria com a TV Brasília — desta segunda-feira (2/8), ele afirmou que o distanciamento entre ele e o mandatário ocorreu por problemas pessoais de Fraga.
“Não quer dizer que eu esteja rompido. Simplesmente me afastei em decorrência de problemas pessoais, até mesmo para não magoar o presidente com a minha situação emocional”, disse ao comentar sobre a divisão, em seu partido (Democratas), entre apoiadores e não apoiadores de Bolsonaro.
Fraga garantiu que apoiaria Bolsonaro nas eleições de 2022, se o mandatário estivesse disputando o pleito contra o Partido dos Trabalhadores (PT). Ainda assim, demonstra insatisfação com algumas ações do governo, sobretudo no enfrentamento à pandemia da covid-19, “como a demora na aquisição de vacinas e a presença de membros no governo, hoje, que não trabalharam na candidatura do presidente. Você acha que os militares foram às ruas pedir votos para Bolsonaro?”, criticou.
Em relação à indicação do senador Ciro Nogueira à Casa Civil, Alberto Fraga acredita ser o reconhecimento do governo de que a articulação política não estava dando certo. “A Casa Civil é um dos ministérios mais importantes, pois dá um norte para viabilizar votações no Congresso”, comentou. O antecessor de Ciro na pasta, general Luiz Eduardo Ramos, é militar. Para Alberto Fraga, a formação militar não está habilitada para lidar com articulações políticas. “Falta cortejo dos militares ao articular emendas com parlamentares”, pontuou.
“Ciro Nogueira já tem muita experiência. Ele foi deputado por muito tempo, além de senador. Então, é diferente quando há o convívio com a pessoa para a qual se quer convencer ajuda ao governo”, completou Fraga.
Voto impresso
O presidente Jair Bolsonaro, que apesar de apontar repetidas vezes “fortíssimos indícios” de corrupção na votação eleitoral por urna eletrônica, não apresenta provas concretas de uma possível invalidade do sistema. Para Alberto Fraga, a forma como o presidente apresenta as críticas gera desentendimento.
No entanto, o ex-deputado também desconfia do sistema eleitoral vigente no país. “A ideia é que após a votação, caso haja contestação, o voto possa ser recontado. Por que não batem na tecla de que as eleições no Brasil, hoje, não são sujeitas à auditoria? É um sistema falho. O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) não pode ser tão resistente à mudança, gera desconfiança”, disse.
*Estagiário sob a supervisão de Andreia Castro
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