A Polícia Civil do Rio de Janeiro prendeu, ontem, o ex-vereador carioca Cristiano Girão na região central de São Paulo. Ele é acusado de comandar uma milícia na zona oeste do Rio e de ordenar um duplo homicídio. Os crimes teriam sido executados pelo ex-policial militar Ronnie Lessa — que já está preso em penitenciária federal acusado da morte da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes.
Girão foi surpreendido quando dirigia seu carro ainda na madrugada. Ciente de que poderia ser capturado, o ex-vereador passava as noites em uma loja, na tentativa de se esconder. Segundo o Ministério Público do Rio de Janeiro (MP/RJ), por meio da força-tarefa criada para investigar o caso Marielle, Girão e Lessa foram denunciados pelas mortes de André Henrique da Silva Souza, conhecido pelo apelido de Zóio, e Juliana Sales de Oliveira, em 14 de junho de 2014, na região conhecida como Gardênia Azul.
De acordo com a polícia, a motivação do duplo homicídio seria uma disputa territorial entre grupos de milicianos comandados por Girão contra a facção criminosa liderada por uma das vítimas, que tentava dominar a região da Gardênia Azul, na zona oeste. Girão buscou retomar o domínio financeiro sobre a comunidade e contratou Lessa, mediante pagamento, para a execução do crime.
O ex-vereador foi preso no bairro Pari, área central da cidade de São Paulo. Ex-vereador carioca ficou preso de 2009 a 2017, por envolvimento em milícia. O advogado Zoser Plata Bondim Hardman de Araújo, que defende Girão, manifestou estranheza de a prisão ter sido decretada por um fato ocorrido há sete anos. Ele adiantou que irá impetrar habeas corpus para que seu cliente possa responder ao processo em liberdade.