Crime organizado

Ex-vereador ligado a milícia é preso em SP

Cristiano Girão é acusado de ordenar um duplo homicídio na zona oeste do Rio, em confronto com grupo rival. Ronnie Lessa, preso em 2019 pelo assassinato de Marielle Franco, teria realizado a execução

A Polícia Civil do Rio de Janeiro prendeu, ontem, o ex-vereador carioca Cristiano Girão na região central de São Paulo. Ele é acusado de comandar uma milícia na zona oeste do Rio e de ordenar um duplo homicídio. Os crimes teriam sido executados pelo ex-policial militar Ronnie Lessa — que já está preso em penitenciária federal acusado da morte da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes.

Girão foi surpreendido quando dirigia seu carro ainda na madrugada. Ciente de que poderia ser capturado, o ex-vereador passava as noites em uma loja, na tentativa de se esconder. Segundo o Ministério Público do Rio de Janeiro (MP/RJ), por meio da força-tarefa criada para investigar o caso Marielle, Girão e Lessa foram denunciados pelas mortes de André Henrique da Silva Souza, conhecido pelo apelido de Zóio, e Juliana Sales de Oliveira, em 14 de junho de 2014, na região conhecida como Gardênia Azul.

De acordo com a polícia, a motivação do duplo homicídio seria uma disputa territorial entre grupos de milicianos comandados por Girão contra a facção criminosa liderada por uma das vítimas, que tentava dominar a região da Gardênia Azul, na zona oeste. Girão buscou retomar o domínio financeiro sobre a comunidade e contratou Lessa, mediante pagamento, para a execução do crime.

O ex-vereador foi preso no bairro Pari, área central da cidade de São Paulo. Ex-vereador carioca ficou preso de 2009 a 2017, por envolvimento em milícia. O advogado Zoser Plata Bondim Hardman de Araújo, que defende Girão, manifestou estranheza de a prisão ter sido decretada por um fato ocorrido há sete anos. Ele adiantou que irá impetrar habeas corpus para que seu cliente possa responder ao processo em liberdade.

 

Ação ambiental de militares no Pará

O presidente Jair Bolsonaro autorizou as Forças Armadas, no contexto da Garantia da Lei e da Ordem (GLO), a combater crimes ambientais no Pará. Em junho, um decreto presidencial determinou a presença de militares até 31 de agosto de 2021 para impedir delitos desse tipo em municípios específicos da Amazônia. No decreto de ontem, o Planalto amplia o combate ao estado do Pará. Pelo primeiro decreto da GLO editado, a atuação dos militares ocorre exclusivamente em áreas de propriedade ou posse da União, como terras indígenas, áreas federais de preservação, imóveis da União, entre outros. A ação em outras áreas somente poderá ser realizada se houver pedido do respectivo governador do estado ao presidente da República, o que já foi feito no caso de Rondônia. (Com Agência Brasil)