Agentes da Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (Draco), da Polícia Civil da Paraíba, prenderam um chefe de milícia suspeito de ordenar a morte da vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ), assassinada em 14 de março de 2018. O homem é Almir Rogério Gomes da Silva, responsável pela milícia da Gardênia Azul e do Morro do Tirol.
O governador do estado, João Azevêdo, comemorou a prisão. “Venho parabenizar a Polícia Civil da Paraíba, que prendeu hoje um homem apontado pelo MP do Rio de Janeiro como um dos chefes de milícia daquele estado e suspeito de ser o mandante do assassinato da vereadora Marielle Franco e seu motorista Anderson Gomes”, disse nas redes sociais.
A prisão foi feita no município de Queimadas, a 140km de João Pessoa, e envolveu a detenção de outro homem que acompanhava Almir. De acordo com o delegado responsável pela prisão, Diego Beltrão, a prisão atendeu a uma ordem do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) pela execução de Eliezio Victor dos Santos, em outubro de 2018, na zona oeste do estado fluminense.
O delegado ainda diz que outros homens envolvidos com Almir foram presos em outras regiões do estado e revelou que há fortes indícios de que o miliciano estava envolvido com tráfico de drogas e planejava ataques contra bancos do estado.
O criminoso foi relacionado com o caso Marielle por Julia Lotufo, viúva do ex-capitão da Polícia Militar e miliciano Adriano de Nóbrega, em proposta de delação premiada para o Ministério Público do Rio de Janeiro. De acordo com a revista Veja, ela disse ao órgão que o ex-marido não participou da emboscada e que, ao cobrar explicações dos ‘comparsas’, ouviu que a ordem da morte partiu do alto-comando da Gardênia Azul, milícia que Almir lidera.
Julia está em prisão domiciliar acusada de ser cúmplice da fuga de Adriano, que ficou foragido da polícia até fevereiro de 2020, quando foi morto pela polícia da Bahia. O criminoso era acusado por investigadores do Caso Marielle de estar envolvido com o assassino da vereadora e do motorista Anderson Gomes.