O presidente da França, Emannuel Macron, fará do senador brasileiro Randolfe Rodrigues (Rede-AP) membro da Legião da Honra, considerada a distinção suprema da República Francesa. De acordo com o governo francês, a concessão da comenda Légion d’hounner se dá pelo reconhecimento da “defesa fervorosa” do meio ambiente, da atuação no enfrentamento da covid-19 no Brasil e do apoio ao Acordo de Paris, feitos pelo parlamentar.
A notícia foi dada à Randolfe por meio de carta assinada pelo ministro conselheiro da Embaixada da França no Brasil, Gilles Pecassou. No texto, o representante francês felicita o senador pelo “título honorífico”, ressalta a luta de Randolfe pelo meio ambiente e pela “cooperação transfronteiriça” entre o Amapá e a Guiana Francesa; além de lembrar da contribuição do político na educação brasileira.
“Quero, por fim, saudar o ex-professor por seu engajamento na área da educação e, mais particularmente, por sua preciosa contribuição para a instituição do novo Fundeb”, diz.
Nas redes sociais, o parlamentar diz que recebeu “com muita felicidade” a notícia e agradeceu o reconhecimento do trabalho feito, “sempre pautados pela defesa dos interesses populares, a ética na política e o desenvolvimento sustentável com distribuição de riqueza para todos”. “Essa honraria é do POVO!”, complementa Randolfe.
Além de se alinhar às causas apoiadas pela França, como a defesa do meio ambiente, a harmonia entre a fronteira com a Guiana Francesa e o combate à pandemia, o senador tem um conflito em comum com Macron. Randolfe também é crítico do presidente da República Jair Bolsonaro (sem partido), com quem Macron teve diversos embates. Em um deles, o político francês acusou, durante reunião do G20 de 2019, Bolsonaro de mentir sobre os compromissos com o meio ambiente.
Randolfe é o único brasileiro e o único político que receberá a honraria neste ano. Em outras ocasiões, receberam a medalha Dom Pedro II, Fernando Henrique Cardoso, Roberto Marinho e Paulo Coelho.
De acordo com a colunista Mônica Bergamo, também serão condecorados os argentinos Alberto Barbieri e Patricia Pellegrini, a austríaca Cynthia Zimmermann, a belga Michèle Sioen, a camaronesa Marthe Wandou e a chilena Marcia Covarrubias Martinez.
Randolfe fará parte de um novo tempo na França
De acordo com o jornal Le Monde, Macron tenta “revalorizar” a Legião de Honra e “romper com o velho mundo”. Isto porque, historicamente, desde a instituição da honraria, em 1802, por Napoleão Bonaparte, o título foi utilizado para “clientelismo” e para honrar “nomes manchados de sangue”, como Mussolini, Bokassa e outros.
“A partir de agora, sob sua presidência, só o mérito seria glorificado, assim como os serviços prestados à França ou às causas que apoia”, diz o trecho do artigo publicado pelo jornal.
A Legião de Honra é considerada uma ordem nacional da França, regida por um código próprio. O presidente da república francesa é quem nomeia todos os outros membros da ordem, que podem ser, além do conselho e dos membros da diretoria, participantes de outras “cinco classes”: cavaleiro, oficial, comandante, grande oficial e grã-cruz.