FUNDO ELEITORAL

Bolsonaro reafirma veto e sugere reajuste do fundo eleitoral pela inflação

O presidente destacou, porém, que a palavra final é do Congresso, que poderá manter ou derrubar o veto: "A bola vai estar com o parlamento"

O presidente Jair Bolsonaro repetiu nesta terça-feira (20/7) que deverá vetar o fundo eleitoral de R$ 5,7 bilhões, mas destacou que a palavra final é do Congresso, que poderá manter ou derrubar o veto. O mandatário sugeriu também que a correção deveria ter sido feito pela inflação. A declaração foi feita em entrevista à rádio Itatiaia.

"No ano retrasado, eu sancionei algo parecido, mas levando-se em conta a inflação do período. Eu não tinha como vetar. Alguns queriam que eu vetasse mesmo assim. Se eu vetar, eu estou incurso no artigo 85 da Constituição, que fala dos crimes de responsabilidade", alegou.

O valor do fundo, que cresceu R$ 4 bilhões, está previsto na Lei de Diretrizes Orçamentárias e teve o voto de vários governistas, bem como de parlamentares de oposição. Posteriormente à votação, o PSL, partido pelo qual Bolsonaro se elegeu, posicionou-se contra o chamado fundão. Durante a sessão que aprovou a LDO, porém, os deputados não fizeram objeção.

O chefe do Executivo disse ainda que tem liberdade de vetar porque o Congresso "extrapolou no valor". "Nesse caso, como houve uma extrapolação, extrapolou o valor, foi muito acima do que ocorreu por ocasião das eleições de 2018, então eu tenho a liberdade de vetar. Não é (tudo) que eles aprovam lá, que sou obrigado a intubar do lado de cá. Não tenho problema com o Parlamento, espero que não tenha problema lá com deputados e senadores. E eles agora, após o nosso veto, eles decidem se mantêm ou não. A bola vai estar com o parlamento.", acrescentou.

O presidente ainda defendeu deputados e senadores da base do governo dizendo que eles tinham de garantir a aprovação da LDO para não atrapalhar o planejamento do Executivo para 2022. Por isso, votaram para a redação da matéria ser aprovada na íntegra, mesmo sabendo do dispositivo que previa o aumento do valor do fundo eleitoral.

"Os parlamentares que votaram favoráveis foram rotulados como se tivessem votando por essa majoração do fundão, coisa que não é verdade. O PT que votou contra, votou contra a LDO para tentar prejudicar o meu governo, e aí passaram a ser os heróis que teriam votado contra (o fundão). Muito pelo contrário. O PT é um dos partidos mais ávidos pelo fundo eleitoral. Quem está sendo massacrado deveria ser elogiado, porque ajudou a aprovação da LDO", concluiu.

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