O presidente da República disse, em entrevista à TV Brasil na noite desta segunda-feira (19/7), que vetará o aumento do fundo eleitoral, de R$ 5,7 bilhões aprovado pelo Congresso. O valor, que cresceu R$ 4 bilhões, está previsto na Lei de Diretrizes Orçamentárias e teve o voto de vários governistas, bem como de parlamentares de oposição. Posteriormente à votação, o PSL, partido pelo qual Bolsonaro se elegeu, posicionou-se contra o chamado fundão. Durante a sessão que aprovou a LDO, porém, os deputados não fizeram objeção.
“O valor é astronômico. Mais R$ 6 bilhões para se fazer campanha eleitoral. Imagina na mão do ministro (da Infraestrutura) Tarcisio (Gomes) esse dinheiro? Poderia ter concluído Porto-Velho-Manaus, que é anseio da população do Amazonas. A bancada do Amazonas, de Rondônia, com toda certeza, poderia até sugeri-los aí. Poderíamos recapear parte considerável da malha rodoviária”, afirmou Jair Bolsonaro.
O presidente também destacou que os recursos poderiam ser usados para construir pontes, ou concluir obras de abastecimento de água na região Nordeste. “Quando se fala em pontes, diminui o tempo de percurso e o custo. Por exemplo, só na região do Abunã, em Rondônia, a balsa deixou de faturar 100 mil por dia. Se esse recurso vai para a mão do ministro Rogério Marinho, do desenvolvimento regional, você pode concluir as obras de água para o Nordeste”, disse.
Bolsonaro afirmou que, caso o texto seja sancionado como está, a verba seria desperdiçada. Porém, mesmo que vete, a base do governo no Congresso, que inclui os parlamentares do Centrão, que são maioria, podem derrubar o veto.
“A cifra enorme, no meu entender, está sendo desperdiçada, caso seja sancionada. Posso adiantar que não será sancionada. Afinal de contas, eu tenho que conviver em harmonia com o legislativo. E nem tudo que eu apresento ao legislativo é aprovado, e nem tudo que o legislativo aprova, eu tenho obrigação de aceitar para o lado de cá. Mas a tendência é não sancionar isso daí em respeito ao trabalhador”, afirmou.
Bolsonaro também prometeu prorrogar o auxílio emergencial, e disse que, até novembro, apresentará um novo Bolsa Família. “Prorrogamos agora, por mais três meses, o auxílio emergencial. Pretendemos, em novembro, já ter um novo bolsa família. O valor será no mínimo de 300. Hoje em dia, a média é de 192. Vamos passar para 300.
Obstrução intestinal
O presidente também comentou a obstrução intestinal que o levou para o hospital na última semana. “Tive uma obstrução intestinal que foi agravada com uma crise de soluço. Só quem já teve soluço por vários dias consecutivos sabe o que é isso. E fui para São Paulo para ser submetido a uma cirurgia. Graças a Deus, o quadro evoluiu durante o próprio voo e, no dia seguinte, sinalizou para não mais fazer a cirurgia”, afirmou Bolsonaro.
Em seguida, o presidente disse que sofreu a crise em decorrência da facada que levou durante as eleições. O chefe do Executivo disseminou então uma notícia falsa. Disse que o autor da facada, Adélio Bispo, é militante do PSol e protegido “por parte da Justiça Brasileira”. Por isso, segundo Bolsonaro, as investigações sobre o ataque “não avançam”.
As investigações sobre o caso já terminaram. A Polícia Federal concluiu que Bispo agiu sozinho, sem ajuda de qualquer partido ou facção política. Laudos indicam que ele sofre de transtornos mentais e, por isso, seria inimputável.