Mesmo internado em São Paulo para tratar um quadro de obstrução intestinal, o presidente Jair Bolsonaro usou as redes sociais, na tarde desta quinta-feira (15/7), para fazer críticas à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da covid-19 e a Cristiano Carvalho, representante da Davati Medical Supply no Brasil, que prestou depoimento ao colegiado nesta quinta.
Carvalho admitiu que soube do suposto pedido de propina revelado pelo cabo da Polícia Militar Luiz Paulo Dominghetti, que se diz vendedor autônomo de vacinas. À CPI, Dominghetti declarou que, ao tentar vender 400 milhões de doses da AstraZeneca ao governo federal, em nome da Davati, foi sondado com uma proposta feita pelo ex-diretor do Departamento de Logística do Ministério da Saúde Roberto Dias para que o Executivo ficasse com US$ 1 do valor de cada dose.
Bolsonaro criticou Carvalho e citou trechos do representante da Davati para ironizá-lo, como o de que ele teve de recorrer ao auxílio emergencial no ano passado por conta de dificuldades financeiras. "Um "negócio" bilionário onde o Cristiano para "sobreviver" usa do artifício de se beneficiar do Auxílio Emergencial (sacou e não devolveu R$ 4.100,00 em 2020)", publicou o presidente.
O chefe do Executivo ainda reclamou da tentativa de integrantes da CPI em querer acusar, sem provas, o governo de corrupção. "O que frustra o G-7 é não encontrar um só indício de corrupção em meu governo. No caso atual querem nos acusar de corrupção onde nada foi comprado, ou um só real foi pago", destacou.
Bolsonaro ainda atacou o presidente do colegiado, Omar Aziz (PSD-AM), o vice-presidente Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e o relator Renan Calheiros (MDB-AL). "No circo da CPI Renan, Omar e Saltitante estão mais para três otários que três patetas."