Mesmo com o presidente da República, Jair Bolsonaro, internado em um hospital de São Paulo, o vice-presidente Hamilton Mourão permanecerá fora do País até, pelo menos, o próximo domingo, 18.
Nesta quinta-feira, 15, foi publicado no Diário Oficial da União (DOU) decreto de Bolsonaro designando Mourão e outros integrantes do governo para representar o governo brasileiro na XIII Conferência de Chefes de Estado e de Governo da Comunidade de Países de Língua Portuguesa, em Luanda, na Angola, no período de 15 a 18 de julho.
O vice-presidente embarcou na tarde de quarta-feira, 14, em um avião com destino à capital do país africano. E, além de Mourão, integram a comitiva o ministro das Relações Exteriores, Carlos França, o secretário especial de Assuntos Estratégicos da Presidência da República, Flávio Viana, e o embaixador do Brasil em Luanda, Rafael de Mello Vidal.
Em outras ocasiões em que passou por cirurgias, Bolsonaro não se licenciou do cargo. Segundo interlocutores do presidente, ele não confia no seu vice. Os dois já expuseram publicamente o distanciamento. Em entrevista ao Estadão, Mourão contou em junho que não sabe o que se passa no governo.
"É muito chato o presidente fazer uma reunião com os ministros e deixar seu vice-presidente de fora. Eventualmente, eu tenho que substituir o presidente e, se não sei o que está acontecendo, como vou substituir? Não há condições", desabafou na ocasião.
A assessoria do vice-presidente informou que ele não irá cancelar sua agenda no exterior para retornar ao Brasil. Em casos de ausência do presidente e do vice, quem assume a Presidência da República é o presidente da Câmara, deputado Arthur Lira (Progressistas-AL).