Em entrevista ao CB.Poder, parceira entre o Correio Braziliense e a TV Brasília, nesta terça-feira (13/7), conduzida por Denise Rothemburg, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), disse que se Bolsonaro resistir até o final do mandato será derrotado nas urnas em outubro de 2022. “Ele não será reeleito”, afirmou o governador.
Para Doria, o presidente Jair Bolsonaro “gosta de flertar com o autoritarismo” ao atacar outras instituições, como quando, na última semana, voltou a tecer ataques ao ministro Luís Barroso, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). Bolsonaro chamou Barroso de "idiota" e "imbecil" ao falar sobre os argumentos contrários do magistrado contra a aprovação do voto impresso.
“Ele tem uma forte tendência a pousar de ditador. Só falta subir uma espada, montar em um cavalo e declarar que ele é o ditador do Brasil, porque vontade ele tem. E muitas vezes faz isso por meio de agressões ao Supremo Tribunal Federal, às cortes, ao Legislativo, aos governadores, aos intelectuais, aos artistas, aos jornalistas e aos veículos de imprensa.”, comentou Doria.
O governador ainda lamentou as políticas antidemocráticas do presidente, mas afirmou que o país se manterá resistente a um possível golpe. “Eu não me lembro, desde a ditadura militar e do Golpe de 64, de ameaças tão constantes à democracia e à Constituição como neste governo Bolsonaro”, afirmou. “Mas as forças democráticas e as instituições brasileiras serão maiores e mais fortes do que esse ímpeto golpista de Bolsonaro.”
Sobre um possível processo de impeachment contra Jair Bolsonaro, Doria disse que “inúmeros crimes de fato foram cometidos, mas só cabe essa decisão ao Congresso Nacional”.
“Não será horror x terror”
Nas eleições de 2022, para Doria, é preciso fugir de extremos, como Lula ou Bolsonaro, e focar em um candidato de "caminho alternativo”. “Não queremos derrotar somente Bolsonaro, mas também Lula. Nem direita, nem esquerda. Nem horror, nem terror”.
Quando questionado sobre um possível nome para representar o centro, porém, o governador afirmou que ainda é cedo para bater o martelo. “Ainda há tempo suficiente para destilar, cristalizar e consolidar nomes que poderão convergir para um candidato. Mas, sem pressa”.
*Estagiárias sob supervisão de Lorena Pacheco