O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta segunda-feira (12/7) que o ministro do Supremo Tribunal Federal e presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luís Roberto Barroso, pratica o que caracterizou de "ativismo legislativo" contra o projeto do governo sobre o voto impresso. O mandatário ainda reconheceu que está tendo problemas como o magistrado. Declaração ocorreu após reunião com o presidente da Corte, Luiz Fux, na sede do STF.
"Quem está atacando quem?Olha só, eu não ataquei os ministros. Vocês está se equivocando. Eu ataquei um ministro aqui que é normal, né. Pode acontecer. Ele está tendo um ativismo legislativo que não é concebível. A questão do voto impresso. Nada além disso. Eu acredito que nós ao apresentarmos e lutarmos por mais uma maneira de tornar as eleições mais transparentes devia ser digno de aplauso por parte dele. Afinal de contas, ele não é uma pessoa qualquer. Além de ministro do STF ele é presidente do TSE e nós não conseguimos entender a posição dele e não dos 11 ministros no tocante a isso. Eu acredito, acredito não. A grande maioria da população quer um sistema de voto auditável. Me acusaram tanto de ser ditador. Estou querendo transparência", alegou.
Segundo o chefe do Executivo, o ministro da Economia, Paulo Guedes já conseguiu verba para a compra dos equipamento necessários para o voto impresso, caso a medida seja aprovada."Paulo Guedes já disse que tem R$ 2 bilhões para comprar as maquininhas para imprimir o voto o ano que vem. E deixo claro, não é o retorno em voto ao papel. É uma maquininha que imprime o voto, você não tem contato manual com o papel, ele cai dentro da rua. Três países apenas usam esse voto: Brasil, Bangladesh e Butão. Algo está errado e nós queremos transparência. Só isso".
No último dia 9, o presidente chamou Barroso de "imbecil" e "idiota" ao falar sobre os argumentos contrários de Barroso contra a aprovação do voto impresso auditável.
Bolsonaro relatou ainda que a conversa com Fux durou cerca de 20 minutos. Ele destacou que está "alinhado" com o ministro, mas disse que o assunto sobre eleições e voto impresso não foi discutido.
"Estamos perfeitamente alinhados, respeitosos para com a Constituição. Cada um deve se policiar dentro do seu poder no tocante aos limites. Nós, do Executivo, não pretendemos sair dos nossos limites", concluiu.