O Instituto Brasileiro de Direito Eleitoral (Ibrade) divulgou uma nota de repúdio, nesta sexta-feira (9/7), contra as acusações do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ao sistema de votos eletrônico. O presidente chegou a dizer, na quarta-feira (7/7), que apresentará provas de que houve fraude nas urnas eletrônicas nas eleições de 2014 e que “Aécio foi eleito” naquele ano.
“As eleições de 2014 foram, talvez, as eleições mais fiscalizadas da história do Brasil. Após a divulgação do resultado o PSDB deu início a uma investigação que durou mais de um ano sem que se tenha confirmado nenhum desvio ou sequer algum indício mínimo de fraude”, diz um trecho da nota.
Para o Ibrade, “ofensas, fantasias e delírios” não contribuem para o aperfeiçoamento do sistema eletrônico e nem para a defesa da democracia. “Nenhum sistema se torna mais seguro com a inclusão de um método de verificação menos confiável do que o qual se pretende auditar”, pontua o Instituto ao falar sobre a tentativa de Bolsonaro em reverter o processo eleitoral para o voto impresso.
O Instituto também afirma que as urnas brasileiras são seguras e “submetidas a testes acompanhados por técnicos e representantes dos partidos políticos, da Ordem dos Advogados do Brasil, da Polícia Federal, do Exército, das universidades e da sociedade”. Para a instituição, as acusações são “atitudes destemperadas, sobrepujadas por alegações fantasiosas”.
O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Luís Roberto Barroso, ofendido diversas vezes por Bolsonaro, também foi defendido na nota. As ofensas contra o membro do Poder Judiciário foram classificadas pelo Ibrade como “atos lastimáveis e constrangedores”.
“O presidente merece todo o respeito e reconhecimento, não apenas pelos cargos que ocupa ou por seu histórico acadêmico, mas principalmente pelo intransigente trabalho que vem realizando em prol da democracia e da segurança das eleições brasileiras”, finaliza o Instituto.