CPI DA COVID

Comandante da Aeronáutica avisa Aziz: 'Não enviaremos 50 notas'

Tenente-brigadeiro do ar Carlos Junior disse que Forças Armadas não vão permitir que presidente da CPI da COVID faça acusações contra militares

O comandante da Aeronáutica, tenente-brigadeiro do ar Carlos de Almeida Baptista Junior, comentou, em entrevista ao jornal O Globo, que enviará apenas uma nota de repúdio contra as declarações do presidente da CPI da COVID, Omar Aziz. Na quarta-feira (7/7), durante o depoimento de Roberto Dias, ex-diretor de logística do Ministério da Saúde no Senado, o parlamentar insinuou que os militares estariam envolvidos na tentativa de corrupção em torno da compra da vacina indiana Coxavin.

Carlos Júnior disse que as Forças Armadas ficaram incomodadas com tais declarações e que terão mecanismos dentro da base legal para evitar as acusações. Ao longo da semana, os comandantes da Marinha, Exército e Aeronática divulgaram comunicado protestando contra as falas de Aziz no Senado.

“É um alerta. Exatamente o que está escrito na nota. Nós não enviaremos 50 notas para ele (Omar Aziz). É apenas essa”, afirmou Carlos Júnior.

O comandante disse que se sentiu constrangido com as acusações contra o general Eduardo Pazuello, ex-ministro da Saúde: “Só que, o presidente de uma CPI, prematuramente, fazer julgamentos de oficiais, e a gente está vendo ele fazer isso com o Pazuello, um general da ativa, isso é muito desagradável e não podemos aceitar”.

"A nota foi uma resposta aos ataques à instituição militar. Foi resposta ao presidente da CPI, porque ele colocou isso de uma forma que nos parece generalizada. E esta observação dele já se repetiu em algumas outras oportunidades, particularmente em relação ao general (Eduardo) Pazuello (ex-ministro da Saúde), ao Elcio (Franco, ex-secretário executivo da Saúde)", completou.

Carlos Júnior disse que as Forças Armadas podem tomar atitudes sérias caso haja novo ato de desrespeito: “Precisamos preservar as instituições. Receio que o país entenda que apenas as Forças Armadas sejam responsáveis pela garantia institucional. Não, todas as instituições são responsáveis. Estou falando da instituição Parlamento brasileiro, da Presidência, dos tribunais, do STF (Supremo Tribunal Federal), da imprensa. Tem instituições que ainda não entenderam isso. Mas nós temos certeza da nossa responsabilidade”.

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