CPI da Covid

Celular de depoente é apreendido em CPI pela polícia legislativa

Aparelho telefônico de Luiz Dominghetti será periciado, a fim de verificar a autenticidade de áudio do deputado Luis Miranda, apresentado durante a oitava desta quinta-feira (1º/7)

O representante da Davati Medical Supply Luiz Paulo Dominghetti Pereira teve o celular apreendido pela Polícia do Senado, nesta quinta-feira (1º/7), enquanto presta depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da covid-19. O aparelho telefônico foi retido a fim de que fosse periciado o áudio usado pelo depoente para afirmar que o deputado federal Luis Miranda (DEM/DF) buscava mediar venda de vacina.

A partir do áudio, Dominghetti sustentou a atuação do parlamentar nas tratativas dos imunizantes, sugerindo que Miranda, que denunciou o suposto esquema criminoso envolvendo propina em depoimento à CPI, também fazia parte da ação. O deputado se defendeu das acusações, indicando que a gravação é de 15 de outubro do ano passado e que nada tem a ver com compra de vacinas contra a covid-19, mas,sim, com uma negociação para fornecimento de luvas no mercado interno americano, intermediada por sua empresa.

O áudio, segundo Luis Miranda, não teria sido enviado para Cristiano, mas, sim, para uma terceira pessoa, chamada Rafael Alves. “A intenção é clara: descredibilizar as testemunhas, as únicas testemunhas que trouxeram evidências de que existe, sim, corrupção no Ministério da Saúde”, afirmou, completando que pedirá a prisão de Dominghetti à CPI.

Incerteza

Mais tarde, o representante comercial voltou atrás, dizendo que ele recebeu o áudio por meio do colega de empresa Cristiano Alberto Carvalho e que o enredo em que foi mandada a gravação induziu ao erro. “Eu não sei o teor que ele conversou, não sei o que ele conversou, qual foi a narrativa, de quando foi o áudio, não posso fazer esse juízo de valores. Quem pode responder que tipo de transação, quando foi feita, momento que fez, é somente o Cristiano”, afirmou Dominghetti.

Agora, a mensagem de voz será periciada pela Polícia Legislativa e fornecida a todos os senadores. Do celular de Dominghetti, os senadores também querem o contato de um intermediador que teria levado os representantes da Davati ao Ministério da Saúde. O homem, por enquanto, só foi identificado com Odilon pelo depoente.

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