A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid ouve nesta quinta-feira (1º/7) o depoimento de Luiz Paulo Dominghetti Pereira, homem que se apresentou como representante da Davati Medical Supply — que diz ser intermediária na venda da vacina AstraZeneca. Dominghetti denunciou um suposto esquema de corrupção, com pagamento de propina ao governo Bolsonaro.
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Dominghetti acusou o então diretor do Departamento de Logística (DLOG) do Ministério da Saúde, Roberto Dias, de cobrar propina para fechar contrato de compra de vacina com a Davati. Em entrevista à Folha de S.Paulo, o representante comercial disse que, em 25 de fevereiro, teve um encontro com o servidor, no qual ele pediu US$ 1 dólar por dose adquirida. A Davati tentava negociar a venda de 400 milhões de unidades do imunizante da AstraZeneca.
No encontro, ocorrido num shopping de Brasília, segundo Dominghetti, Dias teria dito que a negociação “não avançava dentro do ministério se a gente não compusesse com o grupo, que existe um grupo que só trabalhava dentro do ministério”.
“Se a gente conseguisse algo a mais, tinha de majorar o valor da vacina, que a vacina teria de ter um valor diferente do que a gente estava propondo”, destacou o representante da Davati. “Aí eu falei que não tinha como, não fazia, mesmo porque a vacina vinha lá de fora e que eles não faziam, não operavam daquela forma. Ele me disse: ‘Pensa direitinho, se você quiser vender vacina no ministério tem que ser dessa forma’”. Dominghetti disse, também, que na reunião havia mais duas pessoas com Dias. “Era um militar do Exército e um empresário lá de Brasília”, contou. Dias foi exonerado na terça-feira (29/6).
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