O presidente Jair Bolsonaro tem usado um amplo repertório de desculpas para justificar a maior proximidade com o Centrão. Nesta segunda-feira (26/07), Bolsonaro comentou sobre os inquéritos que o senador Ciro Nogueira (PP-PI), anunciado como futuro chefe da Casa Civil, responde na Justiça.
Nogueira é investigado em três inquéritos no Supremo Tribunal Federal. Em dois deles, o Ministério Público Federal já ofereceu denúncia, mas ainda não foram aceitas pela Corte. As investigações correm no âmbito da Lava-Jato, e ele é acusado de receber e pagar propina. Em entrevista à Rádio Arapuan, o chefe do Executivo relatou que, caso cortasse relação com deputados e senadores que respondem a inquéritos, "perderia metade do parlamento". Ele usou um exemplo pessoal para sustentar o argumento.
"Se eu afastar do meu convívio parlamentares que são réus ou têm inquéritos, eu perco quase metade do parlamento. Quem colocou o Ciro aqui? Eu? Eu sou réu no STF, sabia disso? Aquele caso da Maria do Rosário (deputada federal pelo PT-RS). Então não deveria estar aqui também. Acho que todos nós, só somos culpados depois da sentença ser apresentada em julgado. Então se o Ciro, ou qualquer outro ministro meu for julgado e condenado, obviamente se afasta do governo. Mas, no momento, é o que eu tenho para trabalhar em Brasília", alegou.
Também durante a entrevista, Bolsonaro disse que, caso não obtenha o apoio do Centrão, não conseguirá aprovar uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que pretende enviar ao Congresso para reajuste do Bolsa Família.
Bolsonaro deverá se reunir com o parlamentar nesta terça-feira para acertar os últimos detalhes.
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