Indicado oficialmente pelo presidente Jair Bolsonaro ao cargo de ministro da Casa Civil, posto chave de articulação para o Palácio do Planalto, o senador Ciro Nogueira (PP-PI) já conversa com presidentes de legendas, marcando conversas. O parlamentar entrou em contato, por exemplo, com o presidente nacional do Solidariedade (legenda do Centrão), deputado federal Paulinho da Força.
Paulinho não é da base do governo. O deputado pediu, recentemente, uma frente única contra Bolsonaro em 2022. Pelas redes sociais, frequentemente critica o presidente. “Declarações de Bolsonaro não nos intimidam. Teremos eleições sim e com urna eletrônica. Vamos defender a democracia até o fim”, escreveu no último dia 9, depois de Bolsonaro colocar em dúvida a realização das eleições de 2022. Ele vem dizendo que não haverá eleição se não houver voto impresso auditável. Uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) está em discussão na Câmara.
Ciro Nogueira foi convidado por Bolsonaro na última sexta-feira (16). Ele está em viagem ao México, mas vai antecipar o retorno para a próxima segunda (26). Político com passagem nos governos petistas e de Michel Temer, o parlamentar substituirá o general Luiz Eduardo Ramos na articulação política. O próprio presidente Bolsonaro, que se elegeu dizendo que não se renderia ao Centrão, disse que Ciro irá ajudar o governo na interlocução com o Congresso.
Cenário delicado
A ida do senador à Casa Civil ocorre em um momento delicado para o governo, com queda de popularidade, desgastes diários na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19 e escândalos envolvendo a aquisição de vacinas.
Nesse cenário, o que se tem hoje é um governo que não consegue articular no Congresso. Um deputado do Solidariedade disse ao Correio que já se esperava movimentos por parte de Ciro. Segundo ele, o senador irá trabalhar para, ao menos, conseguir emplacar pautas positivas na Câmara. “Muito ajuda quem não atrapalha”, disse.
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