No cadastro da ex-deputada federal Manuela D'Ávila (PCdoB) no Sistema Único de Saúde (SUS) consta que ela está morta desde 2018. A descoberta foi feita pela própria ex-candidata à prefeita de Porto Alegre em 2020. Ela usou as redes sociais para falar sobre o assunto nesta terça-feira (20/7).
De acordo com Manuela, ela ficou sabendo quando foi se vacinar contra a covid-19 há uma semana. O mesmo aconteceu com a deputada federal Gleisi Hoffmann (PT/PR) recentemente e com o coordenador nacional do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Guilherme Boulos (Psol).
Nas redes sociais, Manuela compartilhou uma foto da página dela no SUS na qual é possível ver uma data de óbito: 14 de outubro de 2018. A ex-candidata à vice-presidência da República disse acreditar que o erro pode ter ocorrido após um suposto ataque hacker em 2019, quando dados pessoas de 2,4 milhões de pessoas foram vazados. Ela informou que percebeu o erro quando foi se vacinar, em 7 de julho. Na ocasião, os profissionais de saúde fizeram um registro manual.
"No dia em que fui me vacinar, fiquei algumas horas na fila, emocionada. Quando foram preencher meu cadastro, não encontraram meus dados. Imaginei que podia ser algo relacionado à legislação sobre figuras politicamente expostas. Depois de ler, me lembrei do ataque hacker em que haviam mudado meu nome e de meu pai. Pois bem, aí está: eles me mataram depois do 1º turno da eleição de 2018", afirmou. Nas eleições daquele ano Manuela concorreu à vice-presidência na chapa de Fernando Haddad (PT). "Tenho uma notícia para dar: estou vivinha da silva e na luta, apesar das ameaças permanentes que fazem. Vamos ver o Brasil feliz novamente", afirmou.
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Manuela ainda disse que entrará na Justiça. "Sobre a alteração do meu cadastro no Ministério da Saúde: ingressarei com ação judicial para que seja corrigida a minha inscrição no SUS. Além disso, espero que seja responsabilizada a pessoa que praticou o crime de adulteração. Para tanto, estamos estudando medidas cabíveis", disse.
Sobre a alteração do meu cadastro no Ministério da Saúde: ingressarei com ação judicial para que seja corrigida a minha inscrição no SUS. Além disso, espero que seja responsabilizada a pessoa que praticou o crime de adulteração. Para tanto, estamos estudando medidas cabíveis.
— Manuela (@ManuelaDavila) July 20, 2021
Mesmo erro
Na semana passada, a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, também anunciou que passou pelo mesmo problema. "Ressuscitei no cadastro do SUS. Agora estou bem viva, meu CNS foi corrigido. Quero agradecer o empenho e atenção do pessoal do Centro de Saúde n° 5, Lago Sul, em Brasília, que se dedicou para corrigir. Vamos cobrar e acompanhar as investigações do MS", disse.
ReSUScitei no cadastro do SUS. Agora estou bem viva, meu CNS foi corrigido. Quero agradecer o empenho e atenção do pessoal do Centro de Saúde n° 5, Lago Sul, em Brasília, que se dedicou para corrigir. Vamos cobrar e acompanhar as investigações do MS pic.twitter.com/UmeDjlc0z8
— Gleisi Hoffmann (@gleisi) July 15, 2021
Nesta terça-feira (20/7), Guilherme Boulos também informou que seu cadastro no SUS foi alterado. Os nomes dos pais dele foram mudados por ofensas. Nas redes sociais, Boulos disse que o Ministério da Saúde informou a ele que a mudança foi feita por uma pessoa "credenciada".
O Ministério da Saúde acabou de confirmar que a alteração ilegal do meu cadastro no SUS com xingamentos foi feita por uma "pessoa credenciada". Precisa dizer agora quem foi e qual medida será tomada.
— Guilherme Boulos (@GuilhermeBoulos) July 19, 2021
Questionado, o Ministério da Saúde ainda não se manifestou.
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