O senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ) chegou cedo à CPI da Covid e, diferentemente das vezes anteriores, permaneceu até o final, mesmo depois da notícia da internação do pai. Mas não se furtou de, novamente, tumultuar: discutiu com a senadora Simone Tebet (MDB-MT) e com o relator da comissão, senador Renan Calheiros (MDB-AL) — de quem é desafeto desde que foi chamado por Flávio de “vagabundo” no depoimento do ex-secretário de Comunicação Fabio Wajngarten, um dos primeiros à CPI.
O desentendimento entre os dois senadores começou quando o emedebista questionou a diretora da Precisa, Emanuela Medrades, se sabia da relação de Flávio com seu patrão, Francisco Maximiniano. Isso porque o filho do presidente da República tentou que o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Gustavo Montezano, recebesse o empresário, que é investigado por suspeita de participar do esquema de superfaturamento da compra da vacina Covaxin pelo governo federal. Após Renan questionar Emanuele sobre o encontro, Flávio pediu direito de resposta. “Zero de envolvimento de Flávio Bolsonaro ou das pessoas que o senador Renan Calheiros acredita que, por ter alguma relação de amizade comigo possam participar de algum negócio escuso”, disse.
Depois, Flávio citou uma matéria que liga um suposto operador do relator da CPI com o dono da Precisa. “Quem é acusado de ter operador é Flávio Bolsonaro. Deve estar me confundindo com o Queiroz, o Adriano de Nóbrega... Me erra! Responda às acusações contra você”, rebateu.
Já a discussão com Tebet começou quando ela ficou em dúvida sobre uma informação a respeito das notas fiscais internacionais. Formou-se uma discussão e ela se queixou de ter o líder do governo no Senado, Fernando Bezerra (MDB-PE), e Flávio falando alto atrás dela. Nesse momento, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), que presidia a sessão, desligou o microfone.
Em seguida, Tebet gritou com o microfone desligado para que Flávio a respeitasse. “Se o senhor repetir isso mais uma vez, eu vou falar ao microfone. Repita o que o senhor disse para mim! Repita!”, desafiou. Flavio respondeu: “Estou dizendo que a senhora está querendo induzir a depoente a falar o que a senhora quer”. Mas a senadora reagiu. “No microfone, ele não tem coragem de falar o que disse para mim agora”.
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