Em uma tentativa de barrar a perda de eleitores, o presidente Jair Bolsonaro usou as redes sociais para atacar eventuais concorrentes nas eleições de 2022. A cirurgia do mandatário, embora possa ocorrer em caráter de urgência, já era um pedido da equipe médica havia meses. No entanto, o chefe do Executivo retardou o procedimento.
Como das outras vezes em que foi internado, Bolsonaro publicou imagens no leito do hospital e voltou a atacar o PT e o Psol em razão do atentado que sofreu em 2018, durante campanha eleitoral em Juiz de Fora. De acordo com fontes no governo, as postagens estão sendo realizadas pelo filho mais velho, Carlos Bolsonaro, vereador no Rio de Janeiro.
O filho tem as senhas das redes sociais do pai e liderou a estratégia de campanha que levou o militar aposentado ao cargo máximo do Poder Executivo. "Mais um desafio, consequência da tentativa de assassinato promovida por antigo filiado ao PSOL, braço esquerdo do PT, para impedir a vitória de milhões de brasileiros que queriam mudanças para o Brasil. Um atentado cruel não só contra mim, mas contra a nossa democracia", descreve texto publicado na conta do presidente no Instagram.
Em seguida, a mensagem faz um relato positivo do mandato. "Por Deus foi nos dada uma nova oportunidade. Uma oportunidade para enfim colocarmos o Brasil no caminho da prosperidade. E mesmo com todas as adversidades, inclusive uma pandemia que levou muito de nossos irmãos no Brasil e no mundo, continuamos seguindo por este caminho", completa a mensagem.
A imagem do mártir político começou ainda em setembro de 2018, quando o então candidato publicou fotos e fez lives de unidades hospitalares. Pesquisa CNT/MDA publicada no último dia 05 apontou que o governo é avaliado como ruim ou péssimo por 48,2% dos entrevistados.A avaliação positiva (dos que consideram a gestão ótima ou boa) caiu de 33%, em fevereiro de 2020, para 27,7% em julho deste ano, sendo a mais baixa desde a eleição.
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