CPI da Covid

CPI adia depoimento de Francisco Maximiniano para agosto

A oitiva do dono da Precisa estava prevista para esta quarta-feira, após o depoimento da diretora executiva da empresa, Emanuela Medrades, que começou a ser ouvida ainda na terça. Senadores investigam suposto superfaturamento na compra da vacina indiana Covaxin

Luiz Calcagno
postado em 14/07/2021 13:01 / atualizado em 14/07/2021 13:01
 (crédito: Marcos Oliveira/Agência Senado)
(crédito: Marcos Oliveira/Agência Senado)

O depoimento do proprietário da Precisa Medicamentos, Francisco Maximiniano, na Comissão Parlamentar de Inquérito da Covid, que estava marcado para esta quarta-feira (14/7) foi adiado para agosto. A empresa é representante, no Brasil, da indiana Bharat Biotech, produtora da vacina Covaxin contra o coronavírus, e é suspeita de atuar com membros do governo federal para superfaturar o medicamento. Senadores esperavam ouvir Maximiniano após o depoimento da diretora executiva da Precisa Medicamentos, a farmacêutica Emanuela Medrades, que começou a ser ouvida nesta terça (13).

“Ouviremos hoje a senhora Manuela e marcaremos para agosto a vinda do senhor Maximiniano. Não há como ouvir as duas pessoas hoje. O número de inscritos é muito grande”, afirmou o presidente da CPI, senador Omar Aziz (PSD-AM). A suspensão, por cerca de 12 horas, do depoimento de Manuela foi vista, por alguns parlamentares, como uma vantagem para a defesa da depoente, que também trabalha para Maximiniano. Os advogados ganhariam tempo para ajustar detalhes entre os depoimentos dos clientes.

No lugar de Maximiniano, será ouvido Cristiano Carvalho, representante da Davati Medical Supply. Ele deverá prestar esclarecimentos sobre um esquema de cobrança de propina na compra da vacina Astrazeneca. A empresa é outra atravessadora, quando a produtora do medicamento já trata diretamente com o governo federal. É outra linha de investigação da CPI em relação às vacinas, que levou à exoneração do diretor de logística do Ministério da Saúde, Roberto Ferreira Dias, suspeito de pedir US$ 1 por dose para comprar vacinas do grupo.

O pedido teria sido feito em uma reunião regada a chope em um restaurante no Brasília Shopping, com o policial militar Luiz Paulo Dominghetti, de Minas Gerais, que estava atuando como vendedor autônomo de vacinasi. As histórias das denúncias se cruzam, pois, no depoimento de Dominghetti à CPI, ele tentou invalidar as denúncias do deputado federal Luis Miranda (DEM-DF) sobre o superfaturamento na compra da Covaxin com um áudio editado e tirado de contexto. O PM disse ter recebido a gravação do próprio Cristiano Carvalho, e que teria sido induzido a erro.

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