CPI DA COVID-19

Reverendo apresenta atestado e fala em "impossibilidade" de comparecer à CPI

Depoimento estava marcado para a próxima quarta-feira. Apontado como um dos intermediários da venda de vacinas ao governo, Amilton Gomes de Paula alega crise renal, com afastamento do trabalho por 15 dias. Presidente da CPI, Omar Aziz, pede para a junta médica analisar o atestado

Luiz Calcagno
Sarah Teófilo
postado em 12/07/2021 16:16 / atualizado em 12/07/2021 16:18
 (crédito: TV Senar/ Reprodução)
(crédito: TV Senar/ Reprodução)

O reverendo Amilton Gomes de Paula encaminhou nesta segunda-feira (12/7) um atestado médico à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19, no Senado, apontando “impossibilidade momentânea de comparecer ao depoimento” que está marcado para a próxima quarta-feira (12/7). Ele alega crise renal, com afastamento do trabalho por 15 dias, contando do dia 9 de julho, última sexta-feira.

A convocação do reverendo foi aprovada na última quarta-feira (7), tendo sido requisitada pelo vice-presidente da CPI, Randolfe Rodrigues (Rede-AP). Amilton Gomes de Paula é presidente da Secretaria Nacional de Assuntos Humanitários (Senah).

No pedido, o senador pontua que conforme reportagem da TV Globo, de Paula teve autorização do ex-diretor de Imunização do Ministério da Saúde Lauricio Monteiro Cruz para negociar 400 milhões de doses da vacina AstraZeneca em nome do governo, com a empresa Davatti Medical Supply. Laurício Cruz foi exonerado na última quinta-feira (8). Amilton de Paula chegou a postar nas redes sociais fotos de uma reunião no Ministério da Saúde, ao lado de Laurício Cruz.

Ao Correio, o presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), afirmou que pediu para a junta médica analisar o atestado médico. “Tem que saber quais são as condições. Problema renal, qualquer um pode ter. Ele não pode sair, andar? Está internado? É uma coisa”, disse.

O nome da Senah foi citado no depoimento do cabo da Polícia Militar de Minas Gerais (PM-GO) Luiz Paulo Dominghetti, apontado pela Davatti como vendedor autônomo de vacinas da empresa. Ele denunciou que recebeu um pedido de propina de US$ 1 por dose do imunizante quando tentou vender 400 milhões de doses ao ex-diretor de Logística do Ministério da Saúde Roberto Dias.

À CPI, Dominghetti disse que, no primeiro contato que teve no ministério, esteve em Brasília com a Senah, “onde eles se propuseram a ofertar a vacina por um valor humanitário”. “Essa primeira agenda que eu tive aqui foi com o senhor Lauricio, se eu não me engano. Nós levamos a proposta. Ele nos recebeu, disse que o setor não era ali e que nos encaminharia para uma agenda com o senhor Elcio Franco (ex-secretário executivo da pasta), que ali era o responsável para a aquisição das vacinas”, disse.

Dominghetti afirmou que, na segunda vez que esteve em Brasília para tratar de vacina, também foi com a Senah. O cabo da PM afirmou que a organização o levou a Laurício e a Elcio Franco, e que o reverendo formalizou uma proposta.

 

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