O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta sexta-feira (09/07) que o resultado das eleições presidenciais de 2022 "já está certo" por meio de fraude, e que cabe ao povo cobrar por transparência. A declaração foi feita a apoiadores na saída do Palácio da Alvorada, antes de viagem a São Paulo.
"Já tá certo quem vai ser presidente o ano que vem. A gente vai deixar entregar isso? Queremos transparência. Acho que, a cada dia que passa, vocês estão se conscientizando mais. O que está em jogo... Como é que justifica um país que tem tudo, viver grande parte da população na miséria? Viverem 20 milhões de pessoas com programas sociais. Não se justifica. Então, nós temos que conscientizar quem está do nosso lado. Se as eleições, essa eletrônica, fossem honestas, por causa da tecnologia, por que o mundo não adota isso aí? Será que somos os melhores da tecnologia? Está na cara que aqui, (isso é para) voltar a quadrilha de sempre ao poder", alegou.
Após atacar o ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luís Barroso chamando-o de "idiota" e "imbecil", o mandatário ainda criticou o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, que abriu investigação sobre organização criminosa digital, envolvendo os nomes de seus filhos, Flávio e Carlos Bolsonaro.
"Você viu gente presa por atos antidemocráticos? Vai pra… Que que é o cara quando levanta o artigo 142. Ué, se o artigo é ditatorial, tira da Constituição. Se está lá, é pra respeitar. Inclusive, o senhor Alexandre de Moraes tem que respeitar o artigo 142. ‘O cara levanta AI-5’. Que que é AI-5? Não existe AI-5. E alguns acham que quero dar o golpe. Falar para esse otário que eu já estou no poder. Importante refletir, pessoal. A liberdade não tem preço", concluiu.
Desaprovação do presidente é recorde
Uma pesquisa do Instituto MDA Pesquisa, encomendado pela Confederação Nacional de Transportes (CNT) mostra que o presidente alcançou uma desaprovação recorde desde 2019. Os dados do levantamento, divulgados no último dia 5, indicam que a avaliação negativa do governo Bolsonaro disparou no período de quatro meses e atingiu, em julho, 48,2%.
A desaprovação do presidente chegou a 62,5% dos entrevistados, contra aprovação de 34,5%, registrando crescimento de 12,5% em relação à última pesquisa, de fevereiro de 2021, em que Bolsonaro era desaprovado por 51% dos entrevistados.
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