O ministro da Defesa, Walter Braga Netto, discursou nesta sexta-feira (09/07) durante entrega de espadins aos cadetes da Força Aérea Brasileira (FAB) em Pirassununga, São Paulo. Em sua fala, ele pediu para que os formandos confiassem em seus superiores e na corporação e relatou que "vivemos em tempos de desinformação".
"Vivemos momentos delicados. Estamos silentes e acompanhando a conjuntura atual. Em tempos de desinformação, cresce a necessidade de busca de fontes idôneas. Confiem na cadeia de comando e na lealdade de seus líderes e superiores, eles representam a palavra oficial da Força", apontou.
"Reafirmo que as Forças Armadas continuarão com fé em suas missões constitucionais, com instituições nacionais permanentes, com base na hierarquia e na disciplina sob autoridade suprema do presidente da República para assegurar a defesa da soberania, a independência e harmonia entre os poderes, e da manutenção da democracia e da liberdade do povo brasileiro, a quem, efetivamente, devemos servir e buscar o bem comum", concluiu.
O presidente Jair Bolsonaro que está com soluço persistente há uma semana, decidiu poupar a voz e não discursou no evento.
A declaração do general ocorre em meio à denúncias de envolvimento de militares em irregularidades no contrato de compra da vacina indiana Covaxin. Durante uma sessão, o presidente da CPI, Omar Aziz afirmou que "membros do lado podre das Forças Armadas" estão envolvidos com fraudes. "Fazia muitos anos que o Brasil não via membros do lado podre das Forças Armadas envolvidos com falcatrua dentro do governo. Eu não tenho nem notícias disso na época da exceção. O Figueiredo morreu pobre, o Geisel morreu pobre. Agora a Força Aérea Brasileira, o coronel Guerra, coronel Pazuello... Membros militares das Forças Armadas", disse o senador.
Até o momento, cerca de 10 integrantes e ex-integrantes das Forças Armadas foram ligados a denúncias de corrupção envolvendo a pandemia. Em nota assinada pelo ministro da Defesa, general Braga Netto, pelo comandante do Exército, general Paulo Sérgio; da Marinha, Almir Santos; e da Força Aérea, Carlos Baptista Júnior, os militares repudiaram "veementemente as declarações do presidente da CPI da covid" e relataram que "não aceitarão qualquer ataque levado às instituições que defendem a democracia e a liberdade do povo brasileiro".
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