O presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19, Omar Aziz (PSD-AM), disse nesta quinta-feira (8/7) que a cúpula da comissão irá enviar uma carta ao presidente Jair Bolsonaro ainda hoje, para que o presidente responda se o deputado federal Luis Claudio Miranda (DEM-DF) está falando a verdade. O parlamentar, em depoimento à CPI ao lado do seu irmão, o servidor do Ministério da Saúde Luis Ricardo Miranda, disse que levou ao presidente as suspeitas de irregularidades em relação à negociação da vacina Covaxin, e que o mandatário teria dito que a questão parecia ser “rolo” do líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR).
“Eu, o vice-presidente da CPI (Randolfe Rodrigues) e o relator (Renan Calheiros) estamos mandando uma pequena carta para o senhor para o senhor dizer se o Luis Miranda está falando a verdade ou não. É só uma resposta: diga para a gente que o deputado Luís Miranda é um mentiroso; diga à nação brasileira que o deputado Luis Miranda está mentindo, que seu líder na Câmara é um homem honesto”, afirmou.
Em 25 de fevereiro, o Ministério da Saúde assinou contrato com a Precisa Medicamentos, empresa brasileira que representa a Bharat Biotech nessas negociações, para aquisição de 20 milhões de doses do imunizante indiano pelo valor de US$ 1,6 bilhão.
As declarações de Aziz foram uma resposta ao presidente, que a apoiadores, nesta quinta-feira, no famoso “cercadinho” no Palácio da Alvorada, criticou o senador. “O senhor não responde, mas passa 50 minutos tentando desqualificar a CPI”, disse, frisando que a denúncia de Miranda ocorreu há 12 dias e até hoje o presidente não falou sobre o assunto. “Presidente, não é o senhor que vai parar essa CPI”, afirmou.
O presidente da CPI frisou que o presidente usa o cercadinho para imputar fatos sem fundamento, de forma caluniosa, a terceiros. Nesta quinta, Bolsonaro afirmou que Aziz desviou R$ 260 milhões no seu estado, no Amazonas. “Não sei de onde ele tirou isso, mas, infelizmente, como se informa com compadria, a gente releva”, disse.
Aziz ainda afirmou que o presidente já mandou que seus agentes de informação vasculhassem a sua vida. “Não tenho dúvida disso”, pontuou. E completou: “Nunca te chamei de genocida, nunca te chamei de ladrão, nunca disse que o senhor fazia rachadinha no seu gabinete, e o senhor vai para o cercadinho”.
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