O presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da covid-19, senador Omar Aziz, rebateu nota das Forças Armadas que levanta o tom contra o Senado. Os militares reagiram após Aziz criticar suposto envolvimento de militares com fraudes na compra de vacinas. Até o momento, cerca de 10 integrantes e ex-integrantes das Forças Armadas foram ligados a denúncias de corrupção envolvendo a pandemia.
Durante sessão da CPI, Omar Aziz afirmou que "membros do lado podre das Forças Armadas" estão envolvidos com fraudes. "Fazia muitos anos que o Brasil não via membros do lado podre das Forças Armadas envolvidos com falcatrua dentro do governo. Eu não tenho nem notícias disso na época da exceção. O Figueiredo morreu pobre, o Geisel morreu pobre. Agora a Força Aérea Brasileira, o coronel Guerra, coronel Pazuello... Membros militares das Forças Armadas", disse Aziz.
Em nota assinada pelo ministro da Defesa, general Braga Netto, pelo comandante do Exército, general Paulo Sérgio, da Marinha, Almir Santos, e pelo da Força Aérea, Carlos Baptista Júnior, os militares afirmam que "repudiam veementemente as declarações do presidente da CPI da covid". No texto, dizem ainda que "não aceitarão qualquer ataque levado às instituições que defendem a democracia e a liberdade do povo brasileiro".
Após o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, afirmar que a Casa preza pela harmonia e estabilidade, e dizer que o parlamento não tentou ofender as Forças Armadas, Aziz disse que esperava uma posição firme de Pacheco contra a nota de "intimidação" das Forças Armadas.
"A nota é muito desproporcional. Façam mil notas contra mim, mas não me intimidem. Se me intimidam, intimidam essa Casa aqui", disse Aziz, no plenário do Senado.
"Muitos que estão aqui hoje, na década de 1970, 1980, estavam lutando para a gente estar aqui falando o que quer. Então, senhor presidente (Rodrigo Pacheco), o Senado somos nós", completou o parlamentar.
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