O Ministério da Saúde dispensou da função de substituto eventual do diretor do Departamento de Logística (DLOG) da pasta o tenente-coronel Marcelo Blanco, conforme publicado em edição extra do Diário Oficial da União (DOU) nesta quarta-feira (30/6). A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da covid-19 suspeita que Blanco tenha participado de uma reunião na qual foi solicitada propina de US$ 1 por dose de imunizante a um vendedor de vacina. O caso foi divulgado pelo jornal Folha de S.Paulo.
A denúncia foi feita pelo empresário Luiz Paulo Dominguetti Pereira, que se apresenta como representante da empresa Davati Medical Supply. Ele relatou que o pedido de propina ocorreu quando ele ofereceu ao ministério 400 milhões de doses da vacina AstraZeneca. O pedido de propina, segundo ele, partiu do ex-diretor de Logística do Ministério da Saúde Roberto Ferreira Dias, no dia 25 de fevereiro. Dias foi exonerado na última terça-feira (29) após publicação da reportagem.
À Folha, Dominguetti disse que também estava no referido encontro um militar do Exército e um empresário. Blanco atuou como assessor do departamento na gestão de Dias e o Ministério da Saúde afirmou que o militar não está na pasta desde janeiro, quando foi publicada a sua exoneração como assessor do DLOG. Só agora, entretanto, que a dispensa de Blanco da função de diretor substituto saiu no DOU.
Blanco foi convocado nesta quarta-feira pela CPI para prestar depoimento, que ainda deverá ser marcado. No requerimento, o senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) justificou que o seu comparecimento é necessário para que seja possível esclarecer as informações que constam na reportagem divulgada.
“Faz-se necessária a convocação do Sr. Marcelo Blanco, que lhe assessorava no DLOG e teria participado igualmente de referidas tratativas ilícitas”, pontuou o pedido.