O Ministério da Saúde publicou nesta quarta-feira (30/6), no Diário Oficial da União (DOU), em edição extra, a designação do general da reserva Ridauto Lúcio Fernandes à função de diretor substituto do Departamento de Logística (DLOG) da pasta. O servidor foi nomeado no lugar do tenente-coronel do Exército Marcelo Blanco, o qual a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da covid-19 suspeita de ter participado de uma reunião na qual foi solicitada propina de US$ 1 por dose de imunizante a um vendedor de vacina. Antes, o cargo de diretor era ocupado pelo agora exonerado Roberto Ferreira Dias, que também tem seu nome envolvido no escândalo.
O caso foi divulgado pelo jornal Folha de S.Paulo. A denúncia foi feita pelo empresário Luiz Paulo Dominguetti Pereira, que se apresenta como representante da empresa Davati Medical Supply. Ele relatou que o pedido de propina ocorreu quando ele ofereceu ao ministério 400 milhões de doses da vacina contra covid-19 da AstraZeneca.
O pedido de propina, segundo ele, partiu do ex-diretor de Logística do Ministério da Saúde Roberto Ferreira Dias, no dia 25 de fevereiro. Ele foi exonerado ontem após publicação da reportagem. À Folha, Dominguetti disse que também estava no referido encontro um militar do Exército e um empresário. A CPI da Covid suspeita que o militar que participou da reunião era Marcelo Blanco, que exercia a função de diretor substituto do DLOG. Blanco também chegou a exercer função de assessor do departamento, mas deixou o cargo em janeiro.
O general da reserva Ridauto Fernandes possui cargo na pasta desde quando foi nomeado pelo ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, como assessor do Departamento de Logística em Saúde e já chegou a dirigir o DLOG. Agora, comanda o departamento novamente, ainda que seja como substituto de um novo diretor, que ainda não foi definido pela pasta.
Ridauto defende intervenção federal, além da decretação de estado de defesa e de sítio para enfrentar a crise, como fica claro em publicações feitas por ele nas redes sociais.
Saiba Mais