Em entrevista ao CB.Poder — parceria do Correio com a TV Brasília — desta quarta-feira (23/6), a senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA), integrante da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da covid-19, afirmou haver “fortíssimos” indícios de corrupção no processo de aquisição de vacinas contra o novo coronavírus pelo governo federal.
A senadora questiona o processo de negociação, em curto tempo, do imunizante indiano Covaxin em detrimento de propostas de vacinas ignoradas pelo governo, como foi o caso dos e-mails enviados pela farmacêutica Pfizer no segundo semestre de 2020 .“Não se buscou a vacina para o Brasil. E depois se prioriza de uma forma extremamente estranha uma vacina que atualmente é alvo de denúncias”, disse a parlamentar, citando o suposto esquema de corrupção na compra do imunizante indiano Covaxin.
“Então, você não prioriza uma vacina [Pfizer], que levou até 300 dias para se ter algum resultado, e para outra [Covaxin], menos de três meses. Percebe-se que foi dada uma atenção diferenciada”, pontuou.
“Foram pelo menos seis meses para o governo tomar alguma atitude. Não mudou a legislação, não criou as condições legais para que realmente nós tivéssemos efetivamente a chegada mais rápida, não apenas da primeira dose, mas de um volume de doses muito maior”, avaliou.
Assim, a senadora considerou que as investigações da CPI da Covid caminham, cada vez mais, para sinais de malfeitos no processo de aquisição de vacinas, sobretudo pelas incompatibilidades em documentações, pagamentos e intermediações na compra de imunizantes.
“Fortíssimos indícios de corrupção, e com um elemento que era para salvar vidas. Existem várias perguntas que a gente precisa ter uma resposta. E para mim fica muito claro, hoje, que a CPI precisa ser prorrogada”, opinou Eliziane Gama.
A senadora também falou ao CB.Poder sobre a participação feminina na CPI e sobre o projeto de fundo de amparo a crianças órfãs durante a pandemia.
Confira a íntegra da entrevista:
*Estagiário sob a supervisão de Andreia Castro