O presidente Jair Bolsonaro marcou uma reunião com membros da base aliada do PSL nesta quarta-feira (16/6) no Palácio da Alvorada para discutir sua provável ida para o Patriota. O chefe do Executivo já afirmou que ao menos 30 deputados que estão atualmente filiados ao seu antigo partido pretendem segui-lo para a legenda que ele escolher. O encontro não consta na agenda oficial do mandatário, que se dirigiu por volta das 16h45, segundo a assessoria palaciana, para a residência oficial.
O senador Flávio Bolsonaro, que já desembarcou na sigla, relatou que o mandatário deveria se reunir nesta semana com a bancada do partido para "colher sentimentos" e tomar a decisão final. Entre os parlamentares convidados está a deputada federal Bia Kicis (PSL-DF), Carla Zambelli (PSL-SP), Hélio Lopes (PSL-RJ), Daniel Freitas (PSL-SC), Major Vitor Hugo (PSL-GO) e Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ).
Ainda hoje, o vice-presidente do Patriota, Ovasco Resende, convocou uma nova convenção do partido para o próximo dia 24, de forma presencial, no Hotel Windsor Plaza Brasília, e também virtual, por meio eletrônico. Segundo o edital de convocação, o encontro visa deliberar sobre atos do presidente nacional da sigla, Adilson Barroso, alteração estatutária, além da possibilidade de a legenda ter candidatura própria à Presidência da República. O partido está dividido.
De um lado, existe a ala chefiada por Adilson, que defende a ida de Bolsonaro. Do outro, Resende afirma que as decisões tomadas nas últimas convenções não são válidas por falta de quórum. Ele foi à Justiça (TSE), junto a outros membros, contra Adilson, acusando-o de irregularidades na organização da convenção nacional em que foi anunciada a entrada do filho do presidente. E acusa Adilson de alterar a composição do colégio eleitoral no sistema do TSE para garantir maioria na votação que alterou o estatuto e favorecer a entrada dos Bolsonaro.
A fim de tentar uma conciliação do partido, Adilson realizou nova convenção na última segunda-feira (14). No entanto, os membros não chegaram a um consenso, e uma parte defende, novamente, que Adilson não teve quórum qualificado para deliberação e decisões na reunião, acrescentando mais um ingrediente no imbróglio da vinda de Bolsonaro para o partido.