O presidente Jair Bolsonaro voltou a defender a instituição do voto impresso e fez críticas ao presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luís Roberto Barroso, que tem se colocado contra mudanças no sistema de votação do país.
Em live nas redes sociais na noite desta quinta-feira (10/6), Bolsonaro disse que "se o Congresso aprovar o voto impresso, vamos ter eleições com voto impresso e ponto final". "Se o Congresso promulgar a PEC do voto auditável, impresso, teremos eleições com voto impresso em 2022 e ponto final. Não discute mais este assunto. Não tem que ninguém dar palpite. Ninguém", ponderou.
Na quarta-feira (9/6), durante uma sessão no plenário da Câmara, Barroso alertou para o risco de judicialização das eleições com a instituição do voto impresso. "A última coisa que eu gostaria é que o Judiciário decidisse as eleições. Eu não gostaria de ter isso no meu colo, e acho que não seria bom para o país", afirmou o presidente do TSE.
Bolsonaro, contudo, interpretou a fala do ministro como uma afronta à eventual aprovação no Congresso de eleições com voto impresso. "Quer dizer que se alguém entrar com uma ação no Supremo, você vai despachar lá que: "Não vale a PEC aí, a emenda à Constituição dos deputados e senadores"? Não tem cabimento isso", reclamou.
"Cada um de nós deve respeitar a Constituição, respeitar o Parlamento brasileiro, respeitar as decisões nossas, respeitar as decisões de vocês também, do Judiciário. Não é se meter em tudo. "Ah, se não for judicializado, vamos cumprir". Vai cumprir, sim", esbravejou o presidente.
Por fim, Bolsonaro acusou Barroso de não conhecer a realidade de todo o Brasil. "Não fica com filigranas, dando uma de uma pessoa que sabe tudo. Não sabe nada! Não sabe o que é o voto de uma pessoa numa comunidade. Não sabe como é o voto nos sertões da vida deste Brasil por aí, o que acontece."