Durante uma live nas redes sociais na noite desta quinta-feira (10/6), o presidente Jair Bolsonaro voltou a citar o relatório falso produzido por um auditor do Tribunal de Contas da União (TCU) que menciona supernotificação dos números de mortos por covid-19 no Brasil. Apesar de a Corte ter desmentido a existência desse documento, Bolsonaro disse que a instituição deveria investigar se as estatísticas sobre óbitos pela doença são verdadeiras. Sem apresentar provas, o mandatário disse que esse número pode ser entre 50% e 60% menor do que é divulgado.
O presidente ainda expôs uma teoria de que, se essa informação for confirmada, o Brasil teria uma taxa de mortos por covid-19 por milhão de habitantes “bastante pequeno”. Assim, de acordo com Bolsonaro, estaria comprovado o “milagre” de que remédios sem eficácia contra a doença, como cloroquina e ivermectina, foram eficazes no tratamento de pacientes infectados com o novo coronavírus.
“Se nós tirarmos estes possíveis óbitos, que giram entre 50% e 60%, segundo se prevê aqui esse documento não conclusivo do TCU, o Brasil passaria a ter número de mortes por milhão de habitantes bastante pequeno perto de outros países. Qual seria o milagre disso aí? Com certeza, o tratamento imediato”, destacou Bolsonaro, sem dizer o nome dos medicamentos para evitar que a transmissão fosse interrompida pelas plataformas devido à divulgação de notícias falsas.
“O tratamento inicial dá certo e fui um dos raros chefes de Estado que apostou nisso. O milagre, com toda a certeza, depois de termos, uma vez, apurado esses números aqui, pelo menor número de mortes por milhão de habitantes é o tratamento inicial, é o remédio da malária e do piolho. Não tem outra explicação”, acrescentou Bolsonaro.
De acordo com o presidente, “é preciso fazer uma investigação criteriosa desses óbitos”. Ele garante que há “indícios fortíssimos de supernotificação dos mortos”. “Muitas pessoas tinham comorbidades e covid-19 também, mas prevalecia a covid-19 na causa da morte. Talvez para conseguir mais recursos federais, isso poderia ser patrocinado pelos secretários de Saúde”, especulou o presidente.