O presidente Jair Bolsonaro usou o termo "pessoa alegre do Amapá" para se referir ao vice-presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da covid, Randolfe Rodrigues. O mandatário deu um "testemunho" durante um culto realizado em Anápolis e em certo ponto, comentou brevemente sobre a comissão, ironizando o grupo que preside a sessão. Ele caracterizou indiretamente o parlamentar com um comentário de cunho homofóbico.
"Que CPI é essa? De Renan Calheiros? De Omar Aziz? Daquela pessoa alegre do Amapá? Nós temos a obrigação de decidir e nós sabemos que pior que uma decisão mal tomada é uma indecisão. Eu tenho que decidir quantas vezes? Não é fácil. Eu estou tentando", apontou.
O mandatário ainda voltou a citar o Tribunal de Contas da União (TCU) e repetiu defesa ao tratamento precoce. "Não veio da minha cabeça o que falo sobre essa doença. Veio de pessoas que se preocupam e pesquisam sobre o assunto também. Acredito que este fato, levando-se em conta os acórdãos do TCU, levando-se em conta o número de mortes, números oficiais, nós podemos sim buscar um ponto de inflexão e buscar uma maneira de diminuir drasticamente o número de mortos no país pelo tratamento precoce", concluiu.
O Correio entrou em contato com a assessoria de Randolfe, que respondeu que, com tais falas, Bolsonaro pretende mudar o foco que é a CPI e fugir de responsabilidades. "Bolsonaro quer tergiversar e mudar o foco. O senador está preocupado com outras coisas, como a comissão, em entender o por que de não ter vacinas. Estamos chegando a 500 mil mortos. A declaração sinaliza ainda que o trabalho realizado está incomodando".