Governo federal

Planalto distorce reportagem e diz que The Economist faz 'apologia ao homicídio' do presidente

Com Cristo no oxigênio, revista britânica diz que Brasil precisa tirar Bolsonaro da presidência. Secretaria de Comunicação da Presidência reage distorcendo o conteúdo, que não sugeriu nenhum tipo de ataque à integridade física de Bolsonaro

A Secretaria Especial de Comunicação Social da Presidência da República usou o Twitter, na noite deste domingo (6/6), para atacar a revista inglesa The Economist e distorcer uma reportagem desfavorável ao presidente Jair Bolsonaro que foi publicada pela revista britânica, uma das mais conceituadas publicações do mundo. Nesta semana, a revista trouxe uma edição especial sobre o Brasil com uma série de críticas ao governo.

Como em outras vezes que se referiu ao País, a revista traz na capa uma nova ilustração do Cristo Redentor, desta vez respirando com uma máscara de oxigênio. O especial tem o título: "A década sombria do Brasil" e descreve o presidente brasileiro como um homem que quer "destruir as instituições, não reformá-las", "esmagou todas as tentativas" de uma exploração sustentável da Amazônia e revelou serem "falsos" todos os votos favoráveis à renovação política.

Reprodução - Com Cristo no oxigênio,The Economist diz que Brasil precisa tirar Bolsonaro

Em resposta, a secretaria especial afirmou que ''A revista The Economist enterra a ética jornalista e extrapola todos os limites do debate público, ecoando no artigo''.

O Governo Federal continua: ''a boa notícia é que nem os brasileiros, nem o mercado, nem o mundo caíram no pranto ideológico e raivoso da Economist. Se a matéria tivesse alguma credibilidade, provavelmente a Bolsa de Valores sofreria alguma alteração significativa, por exemplo. Não foi o que aconteceu.''

A Secom chega a insinuar, inclusive, que a The Economist faz “apologia ao homicídio do presidente” ao falar, de maneira figurada, que é preciso “eliminar” Bolsonaro. A revista, em momento algum, sugere que haja qualquer tipo de ação contra a integridade física do presidente. O uso da palavra "eliminar" é em um contexto eleitoral, de vencê-lo nas urnas na próxima disputa, em 2022. 

Veja abaixo:

Os tuítes seguem exaltando medidas tomadas pelo presidente durante a pandemia como forma de justificar e contrapor as críticas feitas pela revista.

Por fim, afirma: ''justamente por reconhecer nossos avanços, a Economist esteja tentando interferir em nossas questões domésticas e, segundo o texto, defenda a eliminação do Presidente que está livrando o Brasil da corrupção e da sujeição às oligarquias que a revista parece representar.''