O presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), compartilhou na noite de quarta-feira (2/6) um vídeo no qual o presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM), Mauro Ribeiro, faz críticas à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da COVID, instalada pelo Senado. O conteúdo publicado pelo governante é uma edição de dois minutos e 15 segundos da versão original, que tem seis minutos e 15 segundos.
Junto ao vídeo, Bolsonaro escreveu: “O presidente do CFM (Conselho Federal de Medicina), Dr. Mauro Ribeiro, classifica a CPI como tóxica e vergonhosa. Falta coragem moral para a maioria de seus integrantes para apurar desvios de recursos e ouvir autoridades como, por exemplo, o presidente do CFM”.
No vídeo, Mauro Ribeiro critica a CPI e informa que encaminhou ao presidente do Senado, o senador Rodrigo Pacheco (DEM-MG), que não faz parte da comissão, um ofício no qual pede alguma intervenção para impedir o “ambiente tóxico” da comissão. Ribeiro também afirma que quer depor aos senadores.
“Fica aqui um apelo público para que essa convocação seja feita o mais rápido possível. Porque nós gostaríamos de ser a voz dos médicos brasileiros dentro daquela CPI, para que nós possamos colocar de um forma muito clara para os senhores senadores qual a posição dos médicos brasileiros em relação à COVID”, diz o médico.
O vídeo foi divulgado horas depois de a médica imunologista Luana Araújo, secretária Extraordinária de Enfrentamento à COVID-19 do Ministério da Saúde por apenas 10 dias, ser ouvida pela CPI. Ela é crítica do chamado tratamento precoce com medicamentos sem eficácia comprovada contra o coronavírus, como a cloroquina.
Capitã Cloroquina
O método é defendido, por exemplo, por duas médicas já ouvidas pela CPI: Nise Yamaguchi, que depôs na última terça-feira (1) e que atua como conselheira do governo federal, apesar de não ter cargo; e Mayra Pinheiro, secretária de Gestão do Trabalho e da Educação do Ministério da Saúde, conhecida pela alcunha de “Capitã Cloroquina”.
Ribeiro também criticou a forma como essas duas médicas foram tratadas na CPI, sem citar os outros que já estiveram na CPI. “Nossa fala não é dando apoio aquilo que as duas médicas falaram dentro da CPI, a nossa fala é em relação na total falta de educação, de respeito, aquelas duas mulheres médicas que foram lá falar e dar seu melhor depoimento dentro daquilo que eram perguntadas. Elas foram mal tratadas, a todo momento interrompidas, incapazes de um único raciocínio que estavam elaborando”.