O Ministério Público Federal (MPF) e a Polícia Federal abriram investigação sobre o contrato de compra da vacina indiana Covaxin, intermediado pela empresa Precisa Medicamentos. O negócio já é alvo da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da covid-19.
No âmbito do MPF, as diligências correm na Procuradoria da República no Distrito Federal, por determinação do procurador Paulo José Rocha Júnior, que atendeu pedido da procuradora Luciana Loureiro. O que era uma apuração preliminar, agora é investigação criminal.
A Precisa intermediou a compra de 20 milhões de doses da Covaxin,que sairiam ao custo de R$ 1,6 bilhão. O contrato foi suspenso ontem pelo Ministério da Saúde. Para a procuradora Luciana, nada justifica as graves fraudes, se comprovadas, “a não ser atender a interesses divorciados do interesse público”.
Na Polícia Federal, foi aberto um inquérito para investigar as suspeitas de irregularidades. Serão analisadas a conduta do Ministério da Saúde, da Precisa e os contratos, preços e eventual pagamento de propina para beneficiar entes públicos e privados.
Denúncia
A denúncia de que podem ter ocorrido fraudes no contrato partiu do deputado Luis Miranda (DEM-DF) e do irmão dele, Luis Ricardo Miranda, que é servidor de carreira do Ministério da Saúde. O parlamentar e o irmão relatam pressões de interlocutores do governo para autorizar a importação da Covaxin.
O governo chegou a empenhar os recursos para efetuar o pagamento das vacinas. As primeiras doses deveriam ter chegado ao país em março deste ano, mas isso não ocorreu e os valores não chegaram a ser repassados à empresa. Nesta quinta-feira (1/7), a CPI da Covid ouve o dono da Precisa, Fracisco Emerson Maximiliano.
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