CPI da Covid

Luis Miranda: "Não mencionei Ricardo Barros de imediato para preservar a imagem dele"

Em entrevista ao Correio nesta segunda-feira (28/6), o deputado federal voltou a afirmar que Bolsonaro sabia das possíveis irregularidades na compra da vacina Covaxin. Sobre citar o nome de Ricardo Barros, em depoimento à CPI da Covid, na última sexta-feira (25), o parlamentar disse não ter provas contra o líder do governo na Câmara

Pedro Ícaro*
João Vitor Tavarez*
postado em 28/06/2021 16:31 / atualizado em 28/06/2021 17:29
 (crédito: Minervino Júnior.CB/DA Press)
(crédito: Minervino Júnior.CB/DA Press)

Nesta segunda-feira (28/6), em entrevista ao CB.Poder, parceria do Correio Braziliense com a TV Brasília, o deputado federal Luis Miranda (DEM-DF) afirmou que não falou diretamente o nome do deputado Ricardo Barros (PP-PR) para preservar a imagem do parlamentar. Barros foi apontado por Miranda na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da covid-19 como sendo o pivô das supostas irregularidades na compra da vacina indiana Covaxin.

“Para preservar, inclusive, a pessoa do Ricardo Barros, caso, porventura, não seja ele. Tentei evitar uma polêmica. Não tem prova que é ele”, disse o parlamentar.

Na última sexta-feira (25), em depoimento à CPI da Covid, Luis Miranda não citou de imediato o nome do líder do governo na Câmara, Ricardo Barros. Mas após ser pressionado pelos senadores da oitiva, Miranda afirmou que o presidente Jair Bolsonaro apontou o envolvimento de Barros em um suposto esquema envolvendo a vacina indiana Covaxin, após ser apresentado às denúncias de irregularidades no contrato da compra do imunizante.

“O presidente olhou uma foto dele [Barros] em uma das matérias da Global, inclusive essa empresa não recebeu dinheiro desse contrato, mas esse grupo econômico faz negócios com o Ministério da Saúde", completou. A Global é sócia da Precisa, responsável por intermediar a compra da Covaxin.

Provas

Quando o deputado Luis Miranda e seu irmão, Luis Ricardo Miranda, servidor do Ministério da Saúde, se reuniram com o presidente Jair Bolsonaro para apresentar as supostas irregularidades, levaram seus celulares pessoais. Geralmente, em reuniões com o presidente, os aparelhos eletrônicos ficam na área externa, porém, nesse caso, segundo Miranda, foi diferente. Ao ser questionado, o parlamentar negou a possibilidade de ter gravado a reunião, mas deu indícios de que provas podem ser usadas caso o governo negue as acusações.

“Sabe quando é que essa resposta, se gravamos ou não, vai aparecer? Se um dia o presidente mentir. E até agora, o que eu vejo, é o constrangimento dele com a situação, talvez por ter confiado em pessoas para as quais ele passou a informação para frente, mas que não fizeram nada. Ele está vendo que vai ter que agir em algum momento, quanto a essas pessoas, eu vejo nas falas dele, mas ele até agora não mentiu”, afirmou o parlamentar.

Ao longo da entrevista ao CB.Poder, Miranda detalhou os possíveis desvios na compra da Covaxin, conforme exposto por ele e seu irmão ao Senado. O deputado também atacou as acusações feitas a ele pelo ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Onyx Lorenzoni (DEM), na semana passada. “Criminosa a atitude dele [Lorenzoni]. Será denunciado por mim e por todos que combatem a corrupção”, pontuou.

Confira a íntegra da entrevista (a partir de 6 minutos e 23 segundos):

 

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