O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta segunda-feira (28/6) que, caso dependesse de sua vontade, já teria escolhido um partido para se filiar. A declaração foi feita a apoiadores na saída do Palácio da Alvorada. O mandatário segue em firme negociação com o Patriota, que está dividido.
"O ideal é que não precisasse de um partido para disputar eleição. Seria o ideal. Agora, os partidos, todos têm seus problemas. Eu, por mim, já tinha escolhido um partido. Mas sempre... Olha onde o PSL deu, uma minoria fazendo uma besteira, tive que sair, porque um vereador fazendo uma besteira num canto, quem era culpado era eu. Nem sabia que tinha aquele vereador", alegou.
Em seguida, o mandatário relatou as dificuldades que deputados do PSL enfrentarão ao segui-lo para a sigla escolhida, como o pouco tempo de televisão e fundo partidário menor. "Os deputados atualmente não podem sair por causa da filiação partidária e eles vão ter um momento difícil pela frente, né, quando eu escolher um partido, deve ser um partido pequeno. Quem vier para o partido sabe que não vai ter televisão, nem dinheiro. No PSL tem bastante dinheiro e bastante televisão, são R$ 8 milhões por mês. E alguns falaram, inclusive, que eu estava de olho no fundo partidário, uma canetada, como eu dei em dezembro, R$ 20 bilhões. Eu estou preocupado com R$ 8 milhões de fundo partidário? Não tenho preocupação com isso", disse.
Questionado por um dos apoiadores se haveria chance de candidatura independente, Bolsonaro foi firme. "Não. Pode esquecer isso daí".
Patriota
A provável ida do presidente Jair Bolsonaro para o Patriota enfrenta mais um capítulo. Durante convenção realizada na última quinta-feira (24), a maioria dos membros decidiu afastar por 90 dias o presidente nacional da sigla, Adilson Barroso. Parte da legenda alega que Barroso tem feito negociações individuais com Jair Bolsonaro, sem consultar os demais.
Uma das alas do Patriota recorreu à Justiça contra Adilson Barroso, acusando-o de irregularidades na organização da convenção nacional em que foi anunciada a entrada do filho do presidente, Flávio Bolsonaro. Os dissidentes afirmaram, ainda, que não houve quórum suficiente para a tomada de decisões.
Além disso, o Cartório do Primeiro Ofício de Notas do Distrito Federal, do Núcleo Bandeirante, emitiu uma nota devolutiva exigindo que Adilson preste maiores esclarecimentos sobre o quórum qualificado da convenção ocorrida em 31 de maio para que possa registrar o resultado da convenção do partido, a qual aprovou a entrada de Flávio.
Em vista das eleições de 2022, o mandatário tem pressa em escolher a nova sigla para sua filiação, já que está desde o final de 2019 sem um partido, quando deixou o PSL e anunciou a criação do Aliança pelo Brasil. Como a legenda fracassou em reunir a tempo assinaturas suficientes para se registrar no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Bolsonaro manteve conversas com outras siglas, como PL, Republicanos, PTB, PRTB, PP e o próprio PSL, mas encontra dificuldades nas negociações para que aceitem seu controle.
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