O presidente Jair Bolsonaro comentou, em live transmitida nesta quinta-feira (24/06) pelas redes sociais, o caso da vacina indiana Covaxin. O chefe do Executivo afirmou que o assunto está sendo investigado e que “quem buscou armar isso daí vai se dar mal”. Ele negou, ainda, ter havido corrupção nas tratativas para a aquisição do imunizante.
“Está essa onda toda aí que 'Agora pegamos o governo Bolsonaro', 'Corrupto! Negociando vacina com 1000% de sobrepreço'... Eu não vou entrar em muitos detalhes não. É coisa tão ridícula, né? Deixar bem claro que, em março deste ano, os auditores do TCU não viram indício de sobrepreço na vacina Covaxin. Por que 1000%? Porque teve uma nota que estava escrito 300 mil vacinas e faltava um zero. Na verdade 3 milhões. Então dá mais ou menos 1.000% a diferença, tá? E o preço, a própria Covaxin disse, está de acordo com 13 outros países que manifestaram a intenção de comprar a vacina Covaxin”, afirmou o presidente.
"Pode haver roubalheira"
Bolsonaro acrescentou que, caso surja denúncia de corrupção em seu governo, "vai tomar providências". “Se tiver roubalheira no governo, num ministério qualquer, pode haver. A gente não sabe de tudo o que acontece lá. Pode haver. Mas se Deus quiser, não vai ter. Você pode ver, estava com Rogério Marinho agora, são mais de 20 mil obras, muitos convênios com municípios. Pode acontecer algo de errado? Pode. Pode acontecer algo de errado no Ministério do Tarcísio, no DNIT? Pode haver. A gente faz obras no Brasil todo. Pode, na ponta da linha, alguém fazer uma coisa esquisita. Pode, tá? A gente vai tomar as providências”, apontou.
O presidente relatou também que determinou à Polícia Federal investigar o deputado federal Luis Miranda (DEM-DF), que falará nesta sexta-feira à CPI sobre possíveis irregularidades na compra da Covaxin. Bolsonaro ironizou o parlamentar, dizendo que ele reúne um “prontuário”, em alusão aos processos judiciais que pesam sobre Miranda.
O presidente disse que a intenção do deputado é de desgastar o governo. “Como determinei que a PF investigue esse caso desse deputado aí, que tem uma ficha, um prontuário, na verdade, bastante extenso, né? E fez isso. Isso aconteceu em março. Quatro meses depois ele resolve falar para desgastar o governo? O que que ele quer com isso? Andou de moto comigo em Brasília, esteve aqui conversando comigo. Eu abro as portas aqui do Alvorada para todo mundo. De repente, do nada, o cara vapt! Bem, vai ser apurado e, com toda certeza, quem buscou armar isso daí vai se dar mal”, acrescentou.
Bolsonaro mostrou-se irritado porque, segundo ele, mantém um canal aberto com aliados e reclamou que não foi procurado posteriormente por Miranda. “Agora, corrupção, pessoal? Nós não gastamos um centavo com a Covaxin, não recebemos uma dose de vacina da Covaxin. Que corrupção é essa? Assim como o Luis Miranda esteve aqui, ele podia ligar para mim ou ligar para um ajudante de ordens ali. Se fosse possível, eu atenderia. Agora não atendo mais. Não vou atender, obviamente", disse o presidente.
O chefe de governo comentou o encontro que teve com o parlamentar. "Foi uma coisa que aconteceu. Não falou nada de corrupção em andamento. Não tem nada. Passaram-se 4, 5 meses depois que ele conversou comigo. Conversou sim, não vou negar isso aí. Não aconteceu nada. Não entrou no Brasil uma só dose de Covaxin, não foi gasto um centavo com aquilo”, esquivou-se Bolsonaro.
Ataque à CoronaVac
Durante a live, o presidente fez novos ataques contra a CoronaVac, a vacina mais aplicada no Brasil no combate à covid-19. Bolsonaro disse que o imunizante tem "pouquíssima eficácia". Relatou que a imunização passou "apertadinha" pela Anvisa e que "parece que não está dando certo".
"Eu sempre falei publicamente: só vamos comprar vacina depois que passar pela Anvisa e ponto final. Estão vendo agora pouquíssima eficácia da CoronaVac. Hoje no avião tinha um colega reclamando. “Pô, tomei as duas doses e não tô com nada. Parece que não tomei nada. Imagina se eu tivesse...? E passou pela Anvisa. E passou apertadinha, né? 50,38%. Não vou entrar em detalhes aqui. A Anvisa é um órgão independente, faz o seu papel lá, tem um histórico de excelente serviço prestado ao Brasil. Mas, pelo que parece, (a CoronaVac) não está dando certo ou está pegando em pouca gente. Não está pegando naquela quantidade de gente que pessoas que eles falaram que iam pegar. O tempo vai dizer isso daí", concluiu Bolsonaro.
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