Em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da covid-19 nesta terça-feira (22/6), o deputado federal Osmar Terra admitiu que errou nas projeções feitas por ele durante a pandemia. O parlamentar reduziu, em diversos momentos, a capacidade de dano do coronavírus, mesmo quando a comunidade científica já alertava sobre o risco de um desastre sanitário, com milhares de vidas perdidas.
Em julho do ano passado, por exemplo, ele dizia que não haveria segundo onda da pandemia. Em diversos momentos, ele disse que o país se via no pico da pandemia, e que ela logo se encerraria, como em abril do ano passado. “No Brasil, onde estamos sendo submetidos a uma quarentena radical que destrói nossa economia e empregos, eu pergunto: onde está o achatamento da curva??!! Não existe. Com a quarentena ou não, chegaremos ao pico da epidemia antes do final de abril!”, escreveu no Twitter.
No Brasil, onde estamos sendo submetidos a uma quarentena radical que destrói nossa economia e empregos, eu pergunto : onde está o achatamento da curva??!! NAO EXISTE. Com a quarentena ou não,chegaremos ao pico da epidemia antes do final de abril! pic.twitter.com/yR6TmUzAWk
— Osmar Terra (@OsmarTerra) April 4, 2020
Questionado pelo senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), Terra admitiu que errou nas projeções. O senador pontuou que o ex-ministro disse que não haveria segunda onda no Amazonas, ao que o deputado respondeu: “Sim, senhor. Eu disse que era pouco provável”. Perguntado se havia errado, admitiu: “Sim”. Jereissati perguntou: “A pandemia acabaria entre junho, julho, em maio ou abril... O senhor também fez essa previsão? O senhor errou?” Sim, limitou-se a responder a ambas as perguntas.
Osmar Terra ainda buscou minimizar. “Quem acertou, hein, senador? Quem é que acertou?”, questionou. Em outro momento, o deputado afirmou que como parlamentar, ele irá sempre opinar. “Eu vou sempre dizer o que eu acho, posso estar errado, posso estar certo. Eu procuro me basear em evidências científicas para falar. Eu não falei nada que não fosse baseado em fatos e em trabalhos científicos publicados, em experiências passadas (...) E, com as previsões, senador, realmente, acho que os fatos que nós tínhamos na época foram insuficientes para nos fazer prever o tamanho e o surgimento de novas variantes, o que não tinha acontecido nas outras pandemias. Esta não é a primeira pandemia, não será a última; nós vamos ter outras no mundo, infelizmente, sempre com um rastro de destruição muito grande”, afirmou.
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