ELEIÇÕES

Marco Aurélio defende voto eletrônico: "Não tivemos uma única impugnação"

Nesta segunda-feira, o ministro Luís Felipe Salomão, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), deu prazo de 15 dias para que o presidente Jair Bolsonaro apresente provas de que ocorreram fraudes em 2018

Roberto Fonseca
postado em 21/06/2021 22:27 / atualizado em 21/06/2021 22:38
 (crédito: Reprodução/TV Cultura)
(crédito: Reprodução/TV Cultura)

O ministro Marco Aurélio Mello, decano do Supremo Tribunal Federal, fez uma defesa do voto eletrônico nas eleições. Em entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, Mello citou a lisura do processo eleitoral e a rapidez da apuração. "Nós não tivemos, ao contrário do que ocorria no sistema anterior (voto em cédulas), uma única impugnação minimamente séria, procedente, quanto à fidelidade do voto depositado na urna eletrônica", disse ele, na noite desta segunda-feira (21/6), que presidiu o Tribunal Superior Eleitoral em três oportunidades (1996-1997, 2006-2008 e 2013-2014).

Nesta segunda-feira, o ministro Luís Felipe Salomão, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), deu prazo de 15 dias para que o presidente Jair Bolsonaro apresente provas de que ocorreram fraudes nas eleições de 2018, como o chefe do Executivo tem alegado. A determinação também se estende a outros políticos que tenham feito acusações do mesmo teor.

Salomão também determinou que seja aberto procedimento administrativo para avaliar os riscos de fraudes no pleito de 2022, e se realmente ocorreu alguma irregularidade na votação em que Bolsonaro foi eleito. "Nós já tivemos auditagem do sistema (...) e ela se mostrou positiva. Agora surge uma ironia: um presidente reclama de um sistema que viabilizou a eleição dele. Alguma coisa aí está errada", comentou Marco Aurélio.

Na entrevista ao Roda Viva, Marco Aurélio também comentou os ataques de Bolsonaro à imprensa, como ocorrido nesta segunda, quando questionado sobre o uso de máscaras por uma repórter da Globo, mandou ela "calar a boca". "É o estilo do presidente da República um estilo muito agressivo para alguns. Agora, é ruim em termos de sociedade, de avanço cultural, (...) porque aprendemos desde cedo que o exemplo vem de cima", diz o ministro do STF Marco Aurélio Mello. "Precisamos de uma imprensa que elogie e também critique. A crítica construtiva é bem-vinda e tem que ser percebida assim por todos os homens públicos", emendou.



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