Vacinas contra covid-19

Para defender Bolsonaro, Queiroga diz que faltam evidências científicas sobre vacinas

Depois de contradizer o presidente em depoimento à CPI da Covid, ressaltando ineficácia de medicamentos indicados pelo presidente no combate ao novo coronavírus, ministro da Saúde agora defende posição de mandatário sobre imunizantes

Maria Eduarda Cardim
postado em 18/06/2021 18:38 / atualizado em 18/06/2021 18:39
 (crédito: Jefferson Rudy)
(crédito: Jefferson Rudy)

Depois de contradizer o presidente da República durante depoimento na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da covid-19, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, defendeu os questionamentos de Jair Bolsonaro quanto às evidências científicas das vacinas contra a covid-19. Segundo o ministro, o mandatário tem razão quando fala que “não se tem ainda todas as evidências científicas” dos imunizantes.

“O presidente Jair Bolsonaro fala que não se tem ainda todas as evidências científicas e se interpreta que o presidente está questionando as vacinas. Nós temos que questionar tudo. Ainda não se tem todas as evidências científicas mesmo, não”, afirmou o ministro, durante evento no Rio de Janeiro, que divulgou o novo calendário da vacinação na cidade.

Como exemplo, Queiroga citou que “nós não sabemos se podemos vacinar um indivíduo com a vacina de uma marca e dar a segunda dose com outra. E como nós vamos saber disso? Fazendo pesquisa. E é por isso que essas pesquisas avançam. As crianças devem ser vacinadas? Como é a vacinação com gestantes? Então, são respostas que precisam ser dadas”, completou.

No entanto, os questionamentos do presidente quanto às evidências da vacina são relacionados à segurança e eficácia da vacina, já comprovadas por estudos clínicos. Em janeiro, ao falar com jornalistas em frente ao Palácio da Alvorada, o mandatário disse que elas são emergenciais e que ainda não está comprovado cientificamente que elas podem prevenir a população de contrair o novo coronavírus.

Apesar de defender os questionamentos e posição de Bolsonaro em relação à vacina, Queiroga ressaltou que elas são a esperança, já que o momento pandêmico que o país vive ainda inspira cuidados. “Hoje, a média móvel de óbitos está abaixo de 2 mil, ainda é um número alto, que temos que reduzir. E nós temos, hoje, uma esperança que são as vacinas”, ressaltou.

Vacinação no Brasil

O ministro ainda reforçou o compromisso de vacinar toda a população brasileira adulta com as duas doses da vacina até o fim do ano. “Nós já anunciamos que até o final do ano toda população brasileira acima de 18 anos estará vacinada e podemos anunciar isso por conta do nosso Programa Nacional de Imunização”, ressaltou.

A meta de Queiroga é aplicar pelo menos a primeira dose do imunizante contra a covid-19 em todos os brasileiros vacináveis até setembro. Dessa forma, automaticamente, a população conseguiria receber a segunda dose até o fim de 2021, já que o maior prazo entre a primeira e segunda dose são 12 semanas.

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