O ex-governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, interrompeu seu depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito da covid-19 nesta quarta-feira (16/6). Após ser questionado sobre a compra de respiradores para o Rio de Janeiro pelo senador Eduardo Girão (Podemos-CE), ele pediu para deixar a comissão e a sessão foi encerrada.
Girão ainda falava quando foi interrompido pelo presidente da CPI, senador Omar Aziz (PSD-AM): “Senador Girão, o depoente vai se retirar”, disse Aziz, ao justificar que Witzel tem decisão favorável do Supremo Tribunal Federal (STF) proferida pelo ministro Nunes Marques, que lhe garantiu a possibilidade de não comparecer ao depoimento ou de ficar em silêncio caso estivesse presente.
“Ele acabou de me comunicar que quer se retirar da sessão e a gente não pode fazer absolutamente nada”, completou o senador. Na sequência, Witzel agradeceu a oportunidade de responder às perguntas. “Tenho a certeza de que muito teremos a contribuir futuramente”, disse o ex-governador.
Apesar da decisão do STF, Witzel afirmou que compareceria à CPI e que responderia a todas as questões que lhe fossem feitas. Em depoimento de mais de quatro horas, ele afirmou que o governo federal foi omisso no combate à pandemia e deixou os governadores “à mercê da desgraça que viria”, falou sobre suposto o envolvimento de milícias em carreatas pela abertura de comércios e se disse vítima de perseguição política.
Durante o depoimento, ele afirmou que foi vítima de perseguição política e por isso foi afastado do cargo de governador. E também pediu para se reunir com os membros da CPI em uma reunião sigilosa para contar à comissão informações que revelam fatos “graves” relacionados à atuação do governo federal junto ao Rio de Janeiro e assuntos envolvendo a investigação que resultou em seu impedimento. Ainda não há data para a reunião ocorrer.
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