Para evitar o que chamou de “caos no sistema energético”, o presidente Jair Bolsonaro defendeu nesta quarta-feira (16/6) a privatização da Eletrobras. A declaração foi dada a um apoiador que o questionou na saída do Palácio da Alvorada. Segundo o mandatário, "quase tudo que é público é levado para a corrupção".
“Não vou discutir, não. Está no Senado. Tudo que é público... Quase tudo que é público... Não vou discutir contigo. Não vim discutir com ninguém aqui. Agora, quase tudo que é público é levado para a corrupção. Olha, como é que eram estatais no passado? A Caixa Econômica, em dois anos, dá mais lucro que nos 10 anos anteriores", alegou.
Perguntado pelo bolsonarista se haveria aumento de tarifas de preços no país, o presidente se alterou, chamando o homem de “sindicalista”. “Você sabe o imposto que é pago, na sua cidade, de luz? Se não sabe, não discuta comigo. Eu sei que você é sindicalista, esse discurso não vou aceitar discutir aqui, sobre privatização. Se não privatizar, acaba. Vamos ter um caos no sistema energético no Brasil”, rebateu.
Com a chegada do período de estiagem na maior parte do país, os reservatórios de água que concentram algumas das principais hidrelétricas sofrem esvaziamento, o que torna a produção energética mais difícil e cara. Segundo o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), a escassez de chuvas no país para a geração de energia é a pior em 91 anos.
Alguns dos principais reservatórios para a produção energética do país, localizados no Centro-Oeste e no Sudeste, estão no pior nível em 22 anos. São eles: Marimbondo e Água Vermelha, em São Paulo e Minas Gerais, na bacia do rio Grande; Nova Ponte (MG); Itumbiara e São Simão, no rio Parnaíba, entre Goiás e Minas Gerais.
O governo tem nas mãos uma medida provisória que cria condições para adoção de um racionamento de energia. A MP propõe a formação de um grupo que poderá mudar a vazão de hidrelétricas de forma imediata, sem aval de outros órgãos, estados e municípios.
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