ATO POLÍTICO

Ao Exercito, Pazuello nega transgressão e diz que estava acompanhado de Bolsonaro

Comandante da Força, general Paulo Sérgio terá oito dias para decidir se aplica ou não punição ao subordinado

Em documento enviado ao Comando do Exército nesta quinta-feira (27/5), o general Eduardo Pazuello, ex-ministro da Saúde, negou ter cometido transgressão disciplinar ao participar de ato político no Rio de Janeiro, no último domingo (23). Ele afirma que agiu de acordo com a "honra pessoal", e cita o artigo 06 do Regimento Disciplinar do Exército.

Neste trecho, o código deontológico prevê que a aplicação do regimento da corporação deve ser aplicado levando em consideração a "honra pessoal: sentimento de dignidade própria, como o apreço e o respeito de que é objeto ou se torna merecedor o militar, perante seus superiores, pares e subordinados”.

Pazuello alega que estava no evento com o presidente Jair Bolsonaro, chefe supremo das Forças Armadas. O regimento proíbe que militares das Forças Armadas participem de ato político. No evento em que Pazuello frequentou, estavam reunidos motociclistas e militantes que apoiam o presidente.

O general chegou a subir no trio elétrico e discursar brevemente para a multidão. A decisão final sobre punição ou não é do comandante da Força, general Paulo Sérgio. A penitência pode ir de uma advertência, repreensão, até prisão. 

Paulo Sérgio está na Amazônia e, de acordo com fontes militares, tem até oito dias para decidir sobre o caso de Pazuello. Ele se encontrou com Bolsonaro em São Gabriel da Cachoeira, no Amazonas. A tendência é de que a punição seja branda — para evitar atritos com o presidente — que promete suspender qualquer penalidade, o que pode gerar uma crise sem precedentes entre a caserna e o governo federal.

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