CPI da Covid

Pazuello diz como senadores devem questioná-lo e leva bronca na CPI

Ex-ministro da Saúde de Bolsonaro afirmou que gostaria de contextualizar todas as respostas, e que seria melhor que não fizessem perguntas de "sim" ou "não". Presidente do colegiado, senador Omar Aziz alertou ao militar que ele não diria para os parlamentares como ou o que perguntar

O ex-ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello, levou uma bronca do presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito da covid-19, o senador Omar Aziz (PSD-AM), durante depoimento na oitiva do Senado. A bronca ocorreu logo no início da sessão desta quarta-feira (19/5), quando Aziz questionou Pazuello sobre testagem para a população brasileira e ele começou a falar da gestão Teich. O relator, Renan Calheiros (MDB-AL), que estava com a palavra, pediu que o militar do Exército fosse direto e destacou que, em alguns casos, era possível responder “sim” ou “não”.

“Temos uma população brasileira nos olhando. Perguntas e respostas simplórias sem contextualização não vão atender as pessoas. Vou responder a todas as perguntas. Tenho bastante conteúdo e pretendo deixar claro todos os fatos e verdades sobre a gestão. Perguntas com respostas simplórias, gostaria que não fossem feitas”, afirmou o general. Aziz não permitiu que o interrogado mantivesse o tom. “Vossa excelência não vai dizer para a gente o que perguntar. Quando a gente fala muito e não explica nada, é que fica difícil”, respondeu.

Pazuello já vinha tergiversando ao ser questionado sobre com qual frequência se encontrava com o presidente da República e quais orientações Jair Bolsonaro lhe passou no combate à crise sanitária. No primeiro caso, disse que se encontravam menos do que gostaria e, em seguida, se corrigiu e afirmou que entre uma e duas vezes por semana. “Menos que eu gostaria. Acredito que poderia ser maior. As agendas são complicadas. Uma vez por semana, duas vezes por semana, era o que conversávamos. Se pudesse voltar atrás, eu procuraria mais vezes”, admitiu.

Imprecisão

Sobre as orientações passadas pelo presidente, o militar foi impreciso. “Fazer as coisas acontecerem o mais rápido o possível. O presidente dizia que ‘se falarem qualquer coisa para você em meu nome, não fui eu. Ninguém vai falar em meu nome.’ Ele estava preocupado que colocassem palavras no lugar do nome dele”, contou o ex-ministro.

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