O ex-ministro das Relações Exteriores Ernesto Araújo disse nesta terça-feira (18/5), em depoimento na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da covid-19, que foi decisão do Ministério da Saúde a adesão ao mínimo do oferecido pelo consórcio Covax Facility, iniciativa internacional da Organização Mundial da Saúde (OMS) para garantir acesso à vacina contra covid-19 com equidade para os mais de 150 países que integram a aliança.
O Brasil adquiriu 42 milhões de doses da iniciativa, para imunizar 10% da população. Entretanto, o país tinha a opção de comprar o suficiente para imunizar 50% da população, como foi feito por algumas nações. Segundo Ernesto Araújo, as negociações ocorreram com a presença do Itamaraty, mas as decisões cabiam ao Ministério da Saúde.
“Essa decisão não foi minha, foi do Ministério da Saúde dentro da sua estratégia de vacinação”, disse, ao ser questionado pelo relator Renan Calheiros (MDB-AL). O ex-chanceler disse que nunca foi contra a iniciativa e, questionado o motivo da demora para assinatura de contrato, afirmou que diversos países pediram mais temos para análise de contrato e negociação de termos. “Vários países da América Latina pediram ao final um pequeno adiamento, porque tinha cada um deles diferentes necessidades. No Brasil, precisou de medidas legislativas”, afirmou.
Em diversas outras questões, o ex-chanceler remeteu decisões ao Ministério da Saúde, algo comentado pelos senadores. Como publicado em reportagem desta terça-feira (18) no Correio, essa é a estratégia do Itamaraty: remeter questões da vacinação à Saúde. “Pazuello terá muito a responder amanhã”, disse o senador Humberto Costa (PT-PE), se referindo ao ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello, que prestará depoimento na próxima quarta-feira (19).
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https://www.correiobraziliense.com.br/politica/2021/05/4925198-cpi-da-covid-planalto-prepara-armas-para-enfrentar-depoimentos-de-ex-ministros.html