Senadores da oposição querem convocar o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) a depor na CPI da Covid-19. Os petistas Humberto Costa (PE) e Rogério Carvalho (SE) protocolaram, em requerimento, pedido para trazer o 02 à comissão. A justificativa é de que se faz necessário investigar a formação de uma assessoria paralela que estaria aconselhando o presidente Jair Bolsonaro na tomada de decisões para o enfrentamento da pandemia.
Segundo o texto do requerimento, “é preciso esclarecer qual é o papel do citado vereador na elaboração da estratégia do governo federal no enfrentamento da pandemia”. O nome de Carlos Bolsonaro foi citado nos depoimentos do ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta e do gerente-geral da Pfizer para a América Latina, Carlos Murillo.
No primeiro dia de oitavas, Mandetta sugeriu o funcionamento de uma comissão de aconselhamento paralelo, da qual o ministro não fazia parte. “Eu, por exemplo, testemunhei várias vezes reunião de ministros onde o filho do presidente que é vereador no Rio de Janeiro estava sentado atrás tomando as notas da reunião. Eles tinham constantemente reuniões com esses grupos dentro da Presidência”, disse o ex-ministro.
Já o gerente-geral da Pfizer para a América Latina, ao ser questionado sobre a participação do 02 em reuniões no Planalto confirmou a presença do vereador, ao lado do ex-secretário de Comunicação da Presidência Fábio Wajngarten em reunião de negociação com a farmacêutica. O depoimento, segundo o requerimento, “reforçou a tese da existência de um ‘ministério paralelo’ ao Ministério da Saúde atuando no governo e que tem influenciado o Presidente da República em ações relativas ao combate à pandemia de covid-19”.
A cúpula que lidera os trabalhos debate se vota o novo requerimento já nesta terça-feira (18/5), quando será ouvido o ex-ministro das Relações Exteriores Ernesto Araújo.