O ex-presidente da Pfizer no Brasil e atual presidente da empresa na América Latina, Carlos Murillo, disse nesta quinta-feira (13/5) em depoimento na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da covid-19, no Senado, que o vereador do Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro (Republicanos) participou de uma reunião com a Pfizer no Palácio do Planalto em dezembro do ano passado. Carlos é filho do presidente da República, Jair Bolsonaro, mas não tem cargo no Executivo.
A reunião, no dia 7 de dezembro, foi lembrada pelo ex-secretário de Comunicação Fábio Wajngarten, que depôs na CPI na última quarta-feira (12), mas ele não citou Carlos Bolsonaro. Em seu depoimento, o ex-secretário disse que teve poucos contatos com o vereador. "O número de vezes que falei com Carlos Bolsonaro cabe em uma mão", disse.
Segundo o executivo da Pfizer, a reunião ocorreu a pedido de Wajngarten, que queria esclarecimentos relacionados a aspectos legais a respeito de entraves para firmar o contrato de compra de imunizantes. Também participou do encontro o assessor internacional da Presidência da República, Filipe Martins.
Carlos Murillo leu um relato da diretora jurídica da Pfizer, que esteve na reunião, no qual ela descreve que, após cerca de uma hora de reunião, Wajngarten recebeu uma ligação, saiu da sala e retornou. Minutos depois, entrou na sala de reunião Filipe Martins e Carlos Bolsonaro. Wajngarten, então, explicou aos dois os esclarecimentos prestados pela Pfizer até então, segundo o executivo da Pfizer.
O ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta depôs na CPI no último dia 4, ocasião em que afirmou que Jair Bolsonaro era aconselhado no âmbito da pandemia por uma "assessoria paralela". Mandetta disse que o presidente se reunia com pessoas que não integravam o governo, que davam recomendações sobre o combate à covid-19, e que o vereador Carlos Bolsonaro esteve presente em diversas reuniões no Palácio do Planalto sobre o tema.
"Em diversas reuniões no Palácio do Planalto, o vereador, filho do presidente da República, estava presente, tomando nota", pontuou.